Um estudo realizado pelo Departamento de Proteção de Plantas, da Faculdade de Agricultura Entomologia do Uruguai, está, atualmente, trabalhando para formular uma estratégia de intervenção na cultura da soja em que vespas são utilizadas como uma alternativa ao inseticida na oleaginosa. De acordo com Pascal Maignet, doutor em Entomologia e diretor de inovação da empresa Bioline Agrosciencie, a ideia é diminuir o gasto com defensivos químicos.
“A ideia é o uso natural de insetos do país para controlar pragas sem o uso de produtos químicos, por isso usamos uma linha de parasitóides, chamado de Trichogramma. Esses insetos parasitam os ovos de pragas para após o ovo ter um novo parasita e não uma larva. Desta forma você pode reduzir o número de pragas nos campos”, comenta.
No momento, a técnica está sendo aplicada em uma fazenda de soja não transgênica de 1.500 hectares em Dolores, embora a pesquisa venha de muitos anos atrás e de vários estágios de pesquisa. Para isso, foi necessário que levassem as vespas autóctones uruguaias para a França para reprodução em massa e depois devolvê-las ao país para sua aplicação.
Sendo assim, César Basso, professor do Departamento de Proteção de Plantas da Universidade, explicou que no Uruguai não existem tecnologias para fazer isso e que o problema é o mercado. “Pode-se considerar o desenvolvimento de muitas tecnologias, mas é preciso ter um mercado que baseie esses investimentos. Na soja, sem dúvida, há um mercado maior, enquanto em outras culturas é mais complexo. Isso é o que nos levou a esta associação, mas planejamos mover parte desse estágio de produção aqui “, indica.
“Estamos trabalhando para que os custos sejam reduzidos e há muitos sinais de que os mercados transgênicos a médio prazo vão começar a ser cada vez mais exigentes. O Uruguai tem que levar em conta esses sinais porque pode ficar de fora se não for adequado”, conclui.
Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems