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Para debater sobre a compostagem e a agricultura tropical, Kátia Beltrame, diretora técnica da MK2R Soluções em Compostagem, com mais de 25 anos de experiência em projetos de compostagem de grandes volumes e o Dr. Eduardo Zavaschi, diretor de pesquisa da Agroadvance e consultor da Vittagro, se reuniram no dia 28 de maio, em um evento online promovido pela Verde, empresa que produz o fertilizante K Forte®.
A conversa ocorreu durante o evento “Encontro com Gigantes – “Compostagem e Agricultura tropical sustentável” e pode ser vista na íntegra no endereço https://youtu.be/kwYy-ShDYnU
Segundo o olhar técnico de Kátia Beltrame sobre compostagem em grande escala no Brasil, é preciso contextualizar os sérios problemas ambientais do país. De um lado, problemas de conservação de solo, que geram uma quantidade imensa de resíduos orgânicos, com a destinação incorreta em aterros sanitários ou lixões, na sua grande maioria. Do outro lado, como destacou Kátia, existe uma grande área de solos com baixa fertilidade e pobres, que necessitam dessa matéria orgânica:
“Hoje temos uma área plantada de 80 milhões de hectares, a maioria desses solos precisa de matéria orgânica, que pode vir desses resíduos destinados aos aterros”.
Por isso, como explicou Kátia, é preciso unir o lado ambiental da compostagem com o lado agronômico, de carência de matéria orgânica, com ações importantes e complementares, mas para fazer isso em grande escala a técnica é fundamental:
“Compostagem em grandes volumes, como por exemplo, as feitas em usinas de uma indústria, que esses resíduos são acumulados diariamente, tem que ser pensada de maneira empresarial, que no final é uma solução”.
Para o Dr. Eduardo Zavaschi, pesquisador e consultor nas áreas de fertilidade e nutrição de plantas, o uso da compostagem melhora as características físicas e químicas do solo para uma melhor performance. Ele contou sobre a sua experiência prática, ao prestar consultoria, para usinas que destinam seus resíduos para compostagem:
“O uso adequado e técnico da compostagem em grande escala, vem crescendo. Não só pela questão ambiental, mas também porque gera bons resultados, melhorando a eficiência do uso dos fertilizantes”.
Kátia esclarece o potencial de negócio, principalmente para os donos de usinas em relação à compostagem:
“Quem gera o resíduo orgânico tem uma chave de ouro em sua mão, pois para a produção de um fertilizante orgânico ou organomineral é preciso ter essa matéria-prima. Ou seja, uma excelente oportunidade de negócio”.
O primeiro obstáculo a ser vencido em uma consultoria técnica em soluções de compostagem, como dividiu Beltrame é fazer da forma correta. Ela explica que a maioria das empresas trabalha a técnica de compostagem de maneira errada:
“Para fazer o processo bem feito de compostagem é necessário o conhecimento de microbiologia, química, física. É um sistema complexo, ainda mais em grandes volumes, e a empresa corre o risco de se tornar uma grande fonte de poluição”.
Um segredo revelado por Kátia é enriquecer o composto orgânico durante a compostagem para desacelerar o processo com remineralizadores ou fontes de liberação gradual, como o K Forte®, que tem alto nível de potássio. Assim, pode-se tratar áreas maiores de solo, diminuindo a logística de aplicação de fertilizantes orgânicos.
Dr. Eduardo reitera que, apesar do processo ser mais viável para as usinas, nada impede que fornecedores que tenha suas áreas próximas a essas usinas pensem nesse enriquecimento do solo com a compostagem, devido aos inúmeros benefícios:
“Quando falamos em adubação de compostos orgânicos, não estamos só falando de uma questão química do solo. Existe uma melhora física e microbiológica do solo”.
Agricultura sustentável para Zavaschi é pensar em como melhor utilizar o que já se tem ofertado no Brasil, que é exportador de fertilizantes, de maneira mais eficiente, além de expandir o uso da compostagem.
Kátia Goldschmidt Beltrame é Diretora Técnica da MK2R Soluções em Compostagem e membro da Câmara Ambiental da Indústria da FIESP e da ABISOLO.
Eduardo Zavaschi é formado em Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado de Santa Catarina e Mestre e Doutor em Solos e Nutrição de Plantas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP).
Fonte: Ação Estratégica