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Tecnologia leva segurança e assertividade para as aplicações aéreas

Precisão na calibragem pode resultar em coeficiente de variação inferior a dez por cento

A aviação agrícola brasileira completa 75 anos em 2022. Ao longo dessa trajetória, a atividade vem passando por várias transformações, com avanços tanto nas formas de aplicação quanto nos modelos de aeronaves. Atualmente, o país mantém a posição de segunda maior força aérea agrícola do planeta, com uma frota de 2.400 aeronaves que pulverizam mais de 80 milhões de hectares/ano, segundo estimativas do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag).

A evolução do setor acompanha a incorporação de novas tecnologias, que oferecem maior rendimento e precisão nas aplicações. Diante desse cenário, escolhas adequadas são determinantes na busca pela produtividade e qualidade das safras, sendo imprescindível que as aplicações em campo ocorram de forma segura e assertiva.

“Algumas das decisões mais difíceis, na agricultura, são as escolhas dos insumos, principalmente os utilizados na proteção de plantas. Além disso, temos que ter certeza de que o produto irá chegar no alvo”, afirma Luis Gustavo Nunes, gerente de desenvolvimento agrícola da Usina Alta Mogiana, de São Joaquim da Barra (SP). “Nós conseguimos obter maior segurança e resultados positivos com o treinamento das equipes de pilotos, associados à Oficina de Tecnologia de Aplicação Aérea”, referindo-se à calibração do sistema de pulverização de aeronaves agrícolas.

Oficina de Tecnologia de Aplicação Aérea (OTAA)

A Oficina de Tecnologia de Aplicação Aérea (OTAA), a que Nunes se refere, é um conjunto de ações que busca o máximo de exatidão na calibração das aeronaves de pulverização. A regulagem leva em conta a análise detalhada de uma série de fatores. Entre as principais vantagens, estão a indicação de largura ideal da faixa de trabalho, padrão uniforme de pulverização, melhor desempenho e maior segurança no serviço realizado.

“É uma distribuição de conhecimento, você usa equipamentos para fazer análise do fio coletor e reunir dados mas, no decorrer do processo, todas as pessoas envolvidas colocam, literalmente, a mão na massa. Seja piloto, técnico agrícola, gerente da fazenda, fornecedor do insumo, enfim, todos acompanham como acontece a calibração correta do avião para entregar a quantidade necessária, onde é preciso e da melhor forma possível”, resume Antonio Loures S. Jr., CEO da AG Solution e especialista em tecnologia de aplicação aérea.

O especialista explica que todos os detalhes são levados em conta e cita, como exemplo, o tamanho das gotas e se a entrega é realmente a que foi projetada. “Uma simples regulagem de bico pode resultar em calibrações com coeficiente de variação inferior a dez por cento na entrega por hectare. Se não está de acordo, para o avião, calibra e regula, para que se obtenha a melhor taxa de aplicação por litros/hectare”, especifica Loures.

A tecnologia OTAA está disponível no Brasil desde março de 2021. Desenvolvida por uma empresa americana em parceria com o USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, foi aperfeiçoada e adaptada pela AG Solution para a realidade brasileira, levando em conta fatores como as variações de clima. “Importamos o conhecimento e os equipamentos, como o multi espectofôtrometro, considerado o mais importantes de todo o sistema. Todo o resto desenvolvemos aqui, ficamos cerca de um ano trabalhando na adaptação do conceito às necessidades do campo no Brasil”, pondera Loures.

Referência nacional em aplicações aéreas, o engenheiro agrônomo Glauberto Moderno Costa afirma que a Oficina de Tecnologia de Aplicação Aérea utiliza o conceito do PDCA, sigla em inglês para Planejar, Fazer, Verificar e Agir e que é utilizada na gestão da qualidade dos processos.

“É um serviço em que há a interação de todos os processos da Aplicação, desde a necessidade agronômica, a seleção dos produtos até chegar na equipe de Aplicação e, especificamente, na aeronave e equipe de solo. E é exatamente onde todo o processo, para trás, se aplica. Desta forma, prepara profissionais com conceitos entre a teoria e a prática, em busca da sustentabilidade”, relata Moderno.

A OTAA é uma troca de conhecimentos e experiências, com treinamentos teóricos e práticos. Com pelo menos um dia inteiro de imersão, é a oportunidade para todos os profissionais se capacitarem e aperfeiçoarem, mantendo-se atualizados com as novas tecnologias e as melhores práticas para a pulverização aérea. Para o piloto, especificamente, é uma forma de aumentar o rendimento operacional, tendo segurança na operação e entregando o que é realmente possível. Na outra ponta, para o produtor, a Oficina possibilita melhor rendimento da aplicação e ele sabe o que o equipamento poderá, de fato, entregar.

No Mato Grosso do Sul Janio Sanávria, piloto líder na Usina Sonora / Rio Corrente Agrícola, garante que o retorno, com o aprendizado, é certo. “Observando a qualidade e produtividade da nossa safra de grãos atual, em relação à do ano passado, não tenho dúvidas em afirmar que o investimento feito pela empresa, para aperfeiçoar e capacitar a equipe de pilotos e o pessoal de solo, foi compensador. Temos hoje uma melhor produtividade, graças à qualidade da aplicação aérea, aliada ao monitoramento executado pelos profissionais de apoio”, declara.

A otimização dos resultados ocorre dentro dos padrões globais de sustentabilidade econômica, social e ambiental. “Uma aeronave calibrada e operando dentro da sua capacidade, é sinônimo de mais produto na lavoura e baixíssimo risco de deriva. Somamos esforços para oferecer, aos clientes, soluções que auxiliem cada vez mais a assertividade das operações, assim como a adoção das boas práticas agrícolas. Rentabilidade e sustentabilidade caminham juntas”, finaliza Antonio Loures S. Jr.

Fonte:  AgroUrbano Comunicação

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