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Soja: o que esperar e como lidar com diferentes condições climáticas?

Especialista explica que o excesso e a falta de água são prejudiciais para o plantio e a germinação, sendo o excesso hídrico mais limitante que o déficit

Para 2023 estava previsto o fênomeno El Niño, mas dados recentes da Administração Americana de Oceano e Atmosfera (NOAA) alertam que o La Niña, fenômeno natural que consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental, provavelmente retornará pelo 3º ano consecutivo. Com essas repentinas mudanças de cenário, é vital que os produtores estejam atentos para lidar com as diferentes condições climáticas.

No Brasil, visando aproveitar a tendência de valorização da soja no mercado, os produtores devem ficar atentos aos efeitos da La Niña, especialmente nos estados da região Nordeste, em que podem ocorrer chuvas volumosas e persistentes até o final deste ano, com leve diminuição em dezembro, mas com mais força ao longo do verão de 2023. Também está previsto um atraso na chuva de primavera no Centro-Oeste, bem como em parte do Sudeste e do Norte do país. Já no Sul, podemos ter risco de seca no verão e temperaturas mais amenas na primavera e geadas tardias. Ainda assim, a umidade no Brasil pode atingir a média histórica.

Tecnologias inovadoras são fortes aliadas para auxiliar na redução dos estresses hídricos

Para o plantio e germinação, o excesso quanto à falta de água são prejudiciais ao estabelecimento da cultura. As altas produtividades são obtidas em regimes hídricos acima de 650mm de água, distribuídos durante o ciclo. A falta de água na instalação do cultivo pode reduzir a produtividade em até 100% e essa perda de investimento pode ser mais acentuada no caso de replantio.

Segundo Vitor Anunciato, Técnico de Desenvolvimento de Mercado em Tecnologia de Aplicação na BRANDT do Brasil, “o excesso de chuvas e dias nublados podem prejudicar a emergência das plântulas de soja, reduzir a fotossíntese, diminuir o arejamento do solo, prejudicar o desenvolvimento das raízes e a fixação de nitrogênio, interferindo em outros processos e causando várias anomalias no desenvolvimento da soja, reduzindo também o rendimento de grãos”, finaliza Vitor.

Dentre as tecnologias que podem auxiliar na redução dos estresses hídricos, há o BRANDT Plant Start°, que é formulado com uma combinação que promove o crescimento precoce e desenvolvimento de sistemas radiculares saudáveis e em profundidade, que irão estabelecer a planta mais rapidamente e promover um desenvolvimento vigoroso. O crescimento em profundidade das raízes garante melhor aproveitamento dos recursos hídricos do solo, assim como o desenvolvimento inicial vigoroso auxilia a planta a superar possíveis estresses de falta luminosa e encharcamento do solo.

Outra estratégia que pode ser adotada é cuidar do perfil nutricional do solo, propiciando condições adequadas às plantas para que elas possam desenvolver raízes profundas, de forma que o reservatório de água não fique limitado à camada superficial do solo. Vitor explica que “a construção desse perfil também é realizada em médio a longo prazo, porém algumas práticas podem ser adotadas com resultados imediatos, como o tratamento de sementes com bioestimulantes e micro-organismos que favorecem o enraizamento, estimulando a produção de raízes e fazendo com que elas ‘busquem’ a umidade do solo em maiores profundidades”.

Utilizar o solo como caixa d’água

Com o final do vazio sanitário — período de até 90 dias no qual a área de cultivo não apresenta nenhuma planta viva de soja, visando reduzir a disseminação de pragas e doenças na lavoura –, a ansiedade para o plantio da soja é grande e muitos produtores começam a arriscar o “plantio no pó”. Os riscos e benefícios associados a essa prática são conhecidos, assim como há o entendimento de que o solo funciona como uma grande caixa d’agua, armazenando a água da chuva, o que permite que o plantio da soja seja realizado sem a necessidade de chuvas em sequência após o plantio, permitindo que a oleaginosa inicie seu processo de germinação utilizando-se a umidade presente no solo.

De acordo com Vitor, “para assegurar que o solo tenha as condições necessárias ao plantio da soja, o produtor precisa elevar o volume de água armazenada na área disponível às plantas, por meio da redução das perdas de água, que ocorrem por evaporação e do aumento na capacidade de infiltração de água no solo.”

“Um recurso estratégico e que deve ser construído de médio a longo prazo é a palhada, que tem a função de proteger o solo. Durante o verão — estação chuvosa — o recurso protege o solo da ação direta dos raios solares, limitando a variação de temperatura e aumentando a retenção de umidade, o que favorece a germinação das sementes, o desenvolvimento e a produção das lavouras”, diz.

Segundo o especialista, “a palhada tem ainda a função de proteger o solo da ação desagregadora do impacto direto das gotas de água das chuvas, sendo ainda mais importante para as chuvas de verão, que tendem a ser mais volumosas, reduzindo a erosão — que causa a perda de solo e de água –, a contaminação e o assoreamento de nascentes, rios e reservatórios de água. O plantio em nível e terraços também são estratégias fundamentais, principalmente para a redução de possíveis perdas devido ao excesso de chuvas”.

Fonte: CDI Comunicação

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