O feijão é uma das atividades agrícolas mais fortes do país, mas alguns fatores podem limitar a produtividade. O maior deles é a ocorrência de pragas que, em situações mais graves, chegam a destruir toda a plantação.
Coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas –, Luana Torres explica que as práticas de manejo adequadas, um sistema de irrigação bem feito, a rotação de culturas, com o plantio de variedades resistentes, e a utilização de defensivos agrícolas são medidas que podem prevenir o aparecimento de pragas e doenças.
“O feijão apresenta um ciclo curto se comparado ao de outras culturas, por isso, está mais propenso a certas doenças e requer um olhar mais crítico. O produtor precisa estar sempre atento e trabalhar com o manejo preventivo de pragas. Algumas técnicas são a rotação de culturas, o manejo integrado de pragas e a utilização de defensivos agrícolas, desde que sejam devidamente utilizados, respeitando-se também a NR-31, norma regulamentadora do Ministério do Trabalho que dispõe sobre a segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura”, reforça Luana.
Entre as pragas mais comum no feijão, a cigarrinha-verde suga a seiva da planta e também pode transmitir doenças como o mosaico. Ataca a plantação em épocas mais secas e deve ser combatida com o uso de inseticida sistêmico até a afloração. Outra praga é a lagarta elasmo, um inseto de corpo verde-azulado e cabeça marrom escuro, que acomete o talo da planta e faz com que ela não cresça normalmente. Atinge a cultura nos seus primeiros 30 dias de vida.
Outra praga é o tripes, inseto pequeno, preto, com faixas brancas nas asas, que se aloja na parte de baixo da folha e causa o desfolhamento. Já a antracnose, também conhecida como pinta do feijoeiro, é uma das mais graves pragas que se pode encontrar. A transmissão se dá por meio das sementes ou de agentes que podem permanecer por mais de dois anos nos restos de plantação. “O manejo adequado do solo e a rotação de culturas evitará que a antracnose ataque novamente”, orienta Luana Torres.
Outras pragas
A coordenadora de ATeG do Senar Alagoas também alerta sobre a bacteriose. “O principal sintoma são as manchas arredondadas nas folhas, com o centro seco. As altas temperaturas e a umidade do ar deixam o feijoeiro mais suscetível a essa doença. Para o combate, é preciso não só fazer a rotação de cultura, como plantar variedades que sejam resistentes a esta praga”, comenta.
Outra praga comum no feijão é a ferrugem, que afeta especialmente as folhas, na forma inicial de manchas amarelas que depois passam a ter a cor mais avermelhada. “Temperaturas superiores a 25° e muita umidade favorecem o aparecimento da ferrugem. Para combatê-la, além da rotação e do plantio de variedades resistentes, é preciso fazer aplicação de fungicidas”, explica Luana.
Fonte: CNA