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Resistência a biotecnologias exige monitoramento rigoroso e manejo ‘inteligente’ com químicos e biológicos

LEM (BA) – Enquanto o emprego de biotecnologias de última geração de milho cresce, aumentam também casos de resistência de lagartas a essas sementes. Estudo da Kynetec Brasil, principal consultoria de informações dos mercados de agroquímicos e sementes, mostra que entre os ciclos 2019-20 e 2022-23, a adoção de uma das principais biotecnologias do cereal subiu de 53% para 76% no plantio segunda safra. O avanço vem seguido, porém, de aumento expressivo nas aplicações de inseticidas, visando a conter pragas que ‘escapam’ às proteínas.

Segundo a Kynetec, na região do Mapitopa, por exemplo, observou-se, nos últimos dois anos, elevação de 36% na utilização de inseticidas, em áreas ocupadas pelas mais modernas biotecnologias de milho, além de uma alta, no mesmo período, de 63% no número médio de tratamentos do produtor.

De acordo com especialistas, certas áreas de milho verão que foram semeadas por essas biotecnologias receberam, na safra 2023-24, de nove a 12 aplicações de inseticidas. Já em milho convencional, nas mesmas regiões, as pulverizações oscilaram de 13 a 14. Este ano, portanto, concluíram eles, a entrada de lagartas aconteceu muito cedo e as biotecnologias presentes no milho não tiveram o controle que deveriam expressar.

Preocupação com a Spodoptera frugiperda

Sócio da Kasuya Inteligência Agronômica, responsável por mais de 500 mil hectares de cultivos nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o pesquisador Luis Kasuya revela ter disparado alertas fitossanitários recentes, a produtores de milho, sobre a tendência de ocorrer forte pressão de lagartas, sobretudo da Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho), na safrinha em andamento.

“A recomendação central é para o produtor de milho começar a monitorar bem cedo sua lavoura, nos primeiros dias. Importante ainda ele saber a quantidade de mariposas, controlar à mariposa, de maneira a evitar a postura de grande número de ovos da praga, que pode chegar a mais de 800 por fêmea”

Estratégia com químicos e baculovírus e risco ao algodão

Conforme Kasuya, o possível quadro de alta pressão de Spodoptera frugiperda na safrinha foi antecipado pelas redes de monitoramento de mariposas mantidas pela consultoria, em todo o Mapitoba, e tende a se repetir em locais como o Mato Grosso.

Ante a presença da Spodoptera frugiperda na lavoura, Kasuya recomenda “implementar um manejo fitossanitário inteligente”, segundo ele ancorado na rotação de ativos químicos, biológicos e semioquímicos. “Dos biológicos, os baculovírus são hoje a principal ferramenta de suporte ao milho, na associação a inseticidas químicos, diante dessa lagarta”, afirma.

O consultor adverte, ainda, para riscos de a mesma praga estender-se com força a outros cultivos. “Fazer o manejo correto, com as ferramentas de que o produtor dispõe, poderá evitar que a Spodoptera frugiperda migre depois ao algodão, pois ela desenvolveu resistência às proteínas nas duas culturas”, conclui Luis Kasuya.

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