Mas, para o produtor ter a máxima eficiência do pasto, é importante que faça a análise bromatológica do capim para saber os níveis de proteína e digestibilidade para não comprometer a formulação da dieta dos animais
Para muitos produtores, pastagem de qualidade para o gado é aquela bem verde reluzente aos raios de sol. Mas, como diz o ditado: nem tudo que reluz é ouro, por isso, nem sempre só inspeção visual é suficiente para determinar se realmente esse capim está pronto para o gado. Claro, a aparência sadia é um bom sinal, contudo, não é o ponto principal para ter todas as informações necessárias. A resposta sobre a qualidade de uma pastagem, pode ser comprovada com uma análise bromatológica, assim realmente o produtor saberá os níveis de nitrogênio e principalmente de proteína e digestibilidade deste capim.
Segundo a engenheira agrônoma, Andreza Cruz, técnica em sementes da Soesp, os níveis de proteína, que são tão importantes para a nutrição animal, qualidade de leite e ganho de peso, estão ligadas primeiramente à genética da variedade. Ou seja, têm algumas com maior potencial e outras com menor capacidade de acumular proteínas, porém para atingir esses potenciais máximos é necessário que o clima e o manejo do pasto forneçam as condições necessárias. Por exemplo: correção e adubação correta do solo, chuvas, temperatura, altura do pasto, tipo do solo, dentre outros fatores que podem influenciar o valor nutritivo da forrageira. Por isso, o produtor nunca deve se basear na média ou no “achismo” e sim nas análises laboratoriais.
Assim como os níveis de proteína, nos resultados das análises bromatológicas, o recomendado é se atentar também à digestibilidade do capim, que quando mais digestível, mais o animal estará aproveitando, “digerindo” os nutrientes daquele alimento. Quanto mais folhas e menos talos, maior será a digestibilidade desse capim, por isso é tão importante respeitar a altura correta de entrada e saída dos animais em pastejo. “Estes são dois pontos principais quando se trata de qualidade do capim: a digestibilidade e a proteína, ambas diretamente relacionadas tanto à genética da planta, quanto ao manejo das forrageiras.”, ressalta a especialista.
Importância das análises
Fazer a análise da pastagem é uma ferramenta fundamental aos pecuaristas principalmente na hora de formular a ração para o gado, pois todos os nutrientes precisam ser balanceados. O que acontece frequentemente, segundo a técnica de sementes da Soesp, é que o produtor nesse momento tão importante sem fazer a análise, ele “chuta” um número aproximado de níveis de proteína e que muitas vezes não tem nada a ver com a realidade.
Ao fazer isso, ele está diretamente comprometendo o consumo e o desempenho do animal. Por isso muitas vezes o custo da dieta acaba saindo mais caro e os resultados esperados não são atingidos.
Cuidados importantes
O produtor deve procurar uma variedade de capim que se encaixe dentro do seu sistema de produção. Essa espécie precisa ser compatível com o solo de sua fazenda, com o seu manejo e seus animais. Somado a isso, o manejo correto principalmente de pastejo da entrada da boiada na pastagem também é fundamental, pois se o capim não está na altura correta, mesmo tendo potencial, não vai acumular proteína ou ter bons índices de digestibilidade.
Também é importante o cuidado com esse manejo no sistema rotacionado e ainda com a superlotação nos piquetes sem a devida reposição de nutrientes que esses animais estão retirando. “Níveis baixos de proteína na pastagem podem indicar ausência de nutrientes no solo. A fertilidade é outro fator importante, porque quando há equilíbrio dos nutrientes no solo, principalmente nitrogênio, a planta poderá absorvê-los e transformá-los em proteína”, diz a engenheira agrônoma.
Uma alternativa muito eficiente e rentável de ter pasto de qualidade em todas as estações, ou em caso de reforma de pastagem, é fazer o sistema de Integração lavoura-pecuária (ILP). O produtor pode fazer essa reestruturação utilizando, por exemplo, soja, milho, ou outra cultura que se enquadre em sua estratégia de produção. Assim, essa reforma paga o custo dessa reestruturação do solo num período em que as pastagens normalmente estão entrando na seca. “Fazendo bem esse planejamento da reforma com integração, o produtor consegue ter pasto de qualidade o ano inteiro”, cita a especialista.
Sementes são importantes
Neste processo, as sementes têm papel de protagonista: é imprescindível utilizar produtos de boa qualidade, pois sementes ruins causam formação falhada e demorará muito mais tempo para o pecuarista conseguir colocar animais para pastejo – segundo a engenheira agrônoma, ele tem que ficar atento. As sementes produzidas pela Soesp, por exemplo, são dotadas da tecnologia Advanced, têm alta pureza (livre de impurezas, pragas e doenças).
Esta tecnologia também apresenta mais resistência ao estresse mecânico causado pelas semeadeiras, maior precisão e rendimento no plantio, pela uniformidade do tratamento. “Além das contas de custo/ha serem muito menores, considerando hora-máquina, frete e mão de obra. As sementes com tratamento Advanced, recebem uma proteção a mais com dois fungicidas e um inseticida, que reduzem ataques de fungos e formigas, portanto, mais sementes viáveis no solo”, completa ela.
Por último e não menos importante, o clima também merece cuidado especial, afinal ele vai interferir diretamente na qualidade da pastagem. Por isso, quando o produtor entrar com os animais nesse pasto no verão, por exemplo, ele terá chuva e calor e consequentemente maior qualidade na produção. Já no período seco, o pasto que não estiver no sistema ILPF vai perdendo a qualidade, muitas vezes sendo necessária uma suplementação proteica para suprir essa deficiência.
Fonte: Rural Press