Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Genebra (UNIGE) descobriu que a radiação UV-B pode ser um poderoso indutor de floração, mas que uma proteína chamada RUP2 bloqueia sua ação para impedir o florescimento precoce. De acordo com os pesquisadores, muitas plantas têm o chamado florescimento fotoperiódico, que depende das mudanças na duração dos dias e, portanto, das mudanças sazonais.
Com isso, os cientistas explicam que algumas florescem quando os dias se prolongam, outras quando os dias forem mais curtos. A percepção da duração do dia por estas plantas é essencial para controlar o início da floração em ecossistemas naturais e para assegurar uma reprodução bem-sucedida.
Segundo eles, entender os mecanismos que atuam nesse processo também é um grande desafio para os sistemas de produção agrícola e hortícola, que buscam otimizar a produtividade. Isso ocorre porque as plantas possuem um mecanismo que as torna capazes de perceber e “analisar” a luz, incluindo sua intensidade, cor ou duração.
Os mecanismos envolvidos na floração foram estudados na espécie modelo Arabidopsis thaliana, que floresce na Suíça, local onde o estudo foi realizado, principalmente em maio quando os dias se alongam e é amplamente usada na ciência. Para Roman Ulm, professor do Departamento de Botânica e Biologia Vegetal da Faculdade de Ciências da Universidade de Genebra (UNIGE), a ideia era fazer o máximo de testes em um ambiente mais escuro possível.
“A maior parte da pesquisa foi realizada em câmaras de crescimento, onde a luz artificial não inclui UV-B, embora seja uma parte intrínseca da luz solar. Por isso, incluímos esse tipo de radiação, já que as plantas possuem receptores UV-B. No entanto, seu efeito é bloqueado por dias curtos por uma proteína chamada RUP2”, explica.
Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems