As pesquisas realizadas na área da Agricultura de Precisão (AP), que resultaram no desenvolvimento de robô agrícola para a coleta de dados massivos de solos e plantas, aplicação na pecuária, entre outros, são frutos da forte atuação da Embrapa em um tema considerado estratégico para o Brasil e que tem atraído a atenção de economias europeias, como a Holanda.
O país, maior importador da soja brasileira, busca soluções inovadoras desenvolvidas por instituições brasileiras no campo da automação, pecuária e agricultura de precisão e agricultura 4.0 para melhorar ainda mais a forma de produzir alimentos.
Na segunda e terça-feira (10 e 11), a consulesa Petra Smits e o adido de Inovação, Tecnologia e Ciência Ernst-Jan Bakker, do Consulado-Geral da Holanda, em São Paulo, junto com o assessor do Departamento de Agricultura da Embaixada, em Brasília, visitam os dois centros de pesquisa da Embrapa, em São Carlos – Pecuária Sudeste e Instrumentação.
O grupo ainda reúne representantes de dois ministérios, o da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), responsável pela articulação da visita, e o da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), além de pesquisadores de universidades, de centros de telecomunicações, tecnologias da informação e da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês).
Na Embrapa Pecuária Sudeste, a delegação conhece no dia 10, as pesquisas desenvolvidas relacionadas à conectividade, automação e pecuária de precisão. No campo, a comitiva visita o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que integra diferentes culturas para aumentar a produtividade de maneira sustentável; os cochos automáticos de alimentação e de medidas de emissão de metano pelos bovinos; o aplicativo Roda da Reprodução, desenvolvido para auxiliar os produtores de leite na gestão do rebanho e o sensor de comportamento e bem-estar animal.
De acordo com o chefe-geral Rui Machado, a tendência de aumento da escala de produção, redução da disponibilidade de mão-de-obra, aumento das exigências dos mercados por alimentos mais seguros, mudanças climáticas e adequação a legislações ambientais mais restritivas são fatores que têm contribuído para a intensificação do desenvolvimento da automação e da agricultura e pecuária de precisão.
Nesse contexto, ferramentas de conectividade são essenciais. Para ele, este cenário tem exigido a implementação de novas práticas agropecuárias, mais sustentáveis e intensivas. Dessa forma, as ações da Embrapa Pecuária Sudeste têm sido direcionadas para o desenvolvimento de tecnologiasde de ponta para obter a máxima produtividade e qualidade dos produtos, obtidos por meio de práticas ambientalmente sustentáveis.
Os destaques das atividades realizadas pela Rede de Agricultura de Precisão serão apresentados pela Embrapa Instrumentação no dia 11. No Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre), os visitantes terão a oportunidade de conhecer resultados de pesquisas desenvolvidas na área de robótica, sensoriamento por drone e agricultura digital.
“Há forte tendência de que os sistemas de produção agropecuária sustentáveis e de alto desempenho se assemelhem às unidades de produção industrial, a exemplo da manufatura avançada ou indústria 4.0. A agricultura de precisão faz parte dessa solução na medida em que provê informações e recomendações para gestão da variabilidade espacial”, explica João Naime, chefe-geral da Embrapa Instrumentação.
“As unidades de produção agrícola cada vez mais demandarão soluções integradas de gestão de todos os insumos e produtos. A Embrapa Instrumentação desenvolve sensores, metodologias de análise rápidas e precisas, modelagem e atuadores que contribuem para viabilizar a automação da produção rural”, finaliza Naime.
Após conhecer tecnologias na temática de interesse, a delegação vai discutir a possibilidade de desenvolver agendas futuras de cooperação, que possam beneficiar mutuamente o Brasil e a Holanda.
Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste Por Gisele Rosso