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Principais e melhores manejos na dessecação para pré-plantio de milho

Por Henrique Fabrício Placido*

Dessecação para pré-plantio de milho: Saiba quais pontos considerar e quais produtos utilizar no manejo das principais plantas daninhas

A entressafra com certeza é o momento ideal para fazer um bom manejo de plantas daninhas na sua lavoura!

Nesse período, é possível utilizar muitas técnicas de manejo como o controle cultural, mecânico e químico.

No caso do manejo químico, utilizar uma quantidade maior de mecanismos de ação de herbicidas melhora o controle de plantas daninhas de difícil controle e previne a resistência.

Dessecação de plantas daninhas para pré-plantio de milho: Principais pontos 

A cultura do milho possui uma capacidade maior de competição com plantas daninhas, podendo conviver até 30 dias sem perdas na produtividade.

Porém, o alto investimento justifica que seja feito um ótimo manejo de plantas daninhas na entressafra.

Saiba os principais pontos na dessecação de plantas daninhas para pré-plantio de milho:

  • Realizar a correta identificação de plantas daninhas;
dessecação pré-plantio milho

Plântula de capim-amargoso / (Fonte: Lorenzi, 2014 )

  • Rotacionar técnicas de manejo para evitar a seleção de plantas daninhas resistentes a herbicidas;
  • Controlar plantas daninhas dentro do estádio recomendado de controle: 2 a 4 folhas para folhas largas; e 2 a 3 perfilhas para gramíneas;
dessecação pré-plantio milho

Plântula de leiteiro, no estádio ideal de controle / (Fonte: Lorenzi, 2014)

dessecação pré-plantio milho

Plântula de capim-branco, no estádio ideal de controle / (Fonte: Arquivo do autor)

  • Realizar manejo outonal ou antecipado, com uso de aplicações sequenciais;
dessecação pré-plantio milho

Inversão de flora após manejo de plantas daninhas perenizadas / (Fonte: Arquivo do autor)

  • Usar de herbicidas pré-emergentes;
  • Respeitar período residual de herbicidas para evitar Carry over (danos a culturas seguinte);
  • Seguir as boas práticas na tecnologia de aplicação.

Dessecação para pré-plantio de milho: Principais herbicidas utilizados no manejo de entressafra 

Quando houver plantas daninhas de folhas largas (buva, por exemplo) e folha estreita (ex: capim-amargoso) de difícil controle na área, deve-se priorizar o manejo de plantas de folhas estreita na entressafra, devido à seletividade do milho.

Herbicidas pós-emergentes: 

Paraquat

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas provenientes de sementes (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle da rebrota de plantas maiores,

Espectro de controle: não seletivo.

Dosagem recomendada:  1,5 a 2,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: apresenta muitos problemas com incompatibilidade de calda.

Cuidados: Necessidade de bom molhamento das folhas. Está sendo retirado do mercado por problemas de toxicidade.

2,4 D 

Quando aplicar: utilizado nas primeiras aplicações de manejo sequencial.

Espectro de controle: plantas daninhas de folhas largas (ex: buva).

Dosagem recomendada: 1,2 a 2 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato) e/ou pré-emergentes. Cuidado com problemas de incompatibilidade no tanque (principalmente graminicidas).

Cuidados: Cuidar com período entre a aplicação de 2,4D e o plantio de milho, nas doses recomendadas, esperar um período mínimo de 8 dias.

Glifosato

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: não seletivo.

Dosagem recomendada: 2,0 a 4,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: 2,4 D, graminicidas), pré-emergentes (ex: sulfentrazone) ou de contato (ex: saflufenacil).

Produtos à base de dois sais ou em formulação granulada possuem maiores problemas de incompatibilidade de calda! 

Cuidados: muitos casos de resistência. Há perdas de eficiência quando associado a produtos que aumentam o pH da calda.

Glufosinato de amônio

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas provenientes de sementes (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores.

Espectro de controle: não seletivo, porém mais efetivo em folhas largas.

Dosagem recomendada: 2,5 a 3,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e graminicidas).

Saflufenacil 

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores.

Espectro de controle: plantas daninhas de folhas larga (ex: buva).

Dosagem recomendada: 70 a 100 g ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).

Cletodim

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: controle de gramíneas.

Dosagem recomendada: 0,5 a 1,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: geralmente associado ao glifosato. Quando misturado com 2,4 D, aumentar 20% da dose de clethodim.

Haloxyfop

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: controle de gramíneas.

Dosagem recomendada: 0,55 a 1,2 L ha-1.

Pode ser misturado com: geralmente associado ao glifosato. Quando misturado com 2,4 D, aumentar 20% da dose de haloxyfop.

O uso de adjuvantes deve seguir a recomendação de bula!

Herbicidas pré-emergentes:

Atrazine 

Atualmente o herbicida mais utilizado para a cultura do milho!

Quando aplicar: Pode ser aplicado na pré-emergência da cultura imediatamente antes da semeadura, simultaneamente ou logo após a semeadura. Em aplicações em pós-emergência da cultura e plantas daninhas, deve-se acrescentar óleo vegetal.

O produto fornece bom controle quando aplicado na pré-emergência ou pós-emergência precoce das plantas daninhas.

Espectro de controle: controla plantas daninhas de folha larga como picão-preto, guanxuma, caruru, corda-de-viola, nabo, leiteira, poaia, carrapicho-rasteiro e papuã.

Também é muito utilizada para controle de soja tiguera no milho, em aplicação isolada ou associada aos herbicidas mesotrione ou nicosulfuron!

Lembre-se, é muito importante que haja um manejo eficiente da soja tiguera para se respeitar o vazio sanitário.

Dosagem recomendada: 3 a 5 L ha-1, dependendo das características do solo e plantas daninhas presentes.

Pode ser misturado com: glifosato (se misturado em pós-emergência – milho RR), mesotrione, nicosulfuron, S-metolachlor e simazine.

Cuidados: Recomenda-se aplicação em solo úmido. Aplicação em solo seco, período de seca após aplicação de até 6 dias ou presença de palha cobrindo o solo (plantio direto) podem diminuir a eficiência do produto.

S-metolachlor

Herbicida com grande potencial de ser inserido no manejo de plantas daninhas na cultura do milho. Pode ser utilizado para ampliar o espectro de controle de herbicidas para folha larga.

Quando aplicar: na pré-emergência da cultura e das plantas infestantes.

Espectro de controle: Ótimo controle de gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha e papuã), e bom controle de algumas folhas largas de sementes pequenas (ex: caruru, erva-quente e beldroega)

Dosagem recomendada: 1,5 a 1,75 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada.

Pode ser misturado com: atrazine e glifosato.

Cuidados: Deve ser aplicado em solo úmido.

Isoxaflutole

Herbicida técnico que exige alguns conhecimentos prévios quanto a características do solo (teor de argila e matéria orgânica) e cuidados com as condições climáticas no momento e após a aplicação.

É muito importante consultar e seguir as recomendações da empresa para evitar toxicidade no cultivo.

Quando aplicar: deve ser aplicado na pré-emergência do milho e das plantas daninhas.

Espectro de controle: exerce bom controle em gramíneas anuais e algumas folhas largas como caruru e guanxuma.

O grande diferencial deste herbicida é que, em condições de seca, ele pode permanecer no solo por um período razoávPlantação de milho: 5 passos para maior produção e lucro”

Conclusão

Neste artigo vimos a importância do manejo eficiente de dessecação para pré-plantio de milho.

Discutimos a quais principais pontos o produtor deve se atentar para realizar o planejamento do manejo de plantas daninhas na entressafra.

Falamos sobre as principais ferramentas de controle químico que podem ser utilizadas no período de entressafra. Discutimos ainda como realizar seu posicionamento correto para não ocasionar danos à cultura do milho.

*Henrique Fabrício Placido é engenheiro agrônomo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre pela ESALQ/USP e especialista em Gestão de Projetos. Atualmente, sou doutorando pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) na linha de pesquisa de plantas daninhas.

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