Práticas de conservação do solo auxiliam família de Dois Lajeados a controlar erosão. A intenção é estimular a utilização de práticas conservacionistas que garantam a manutenção de solos produtivos
Produtora de soja e de milho e criadora de bovinos de leite, a família Treméa, de Dois Lajeados, se viu em um dilema há cerca de cinco anos: ter de lidar com a erosão do solo, ao mesmo tempo em que se empenhava em garantir a manutenção e a produtividade da lavoura. Pior, a adoção de medidas como o uso de cobertura verde (palhada), dada a aclividade do terreno, se mostrara insuficiente. Havia grande formação de valetas e o maquinário já não estava dando conta, recorda o agricultor Diego Treméa.
Foi com o apoio da Emater/RS-Ascar e de uma série de políticas públicas que a situação começou a mudar. O primeiro passo foi a incluir a família no Programa de Gestão Sustentável da Agricultura Familiar (PGSAF), à época desenvolvido pelo Governo do Estado. Isto fez com que participássemos de uma série de cursos, capacitações e dias de campo que nos auxiliaram a olhar com mais atenção para este tema e que também nos estimularam para a adoção de algumas práticas na propriedade, salienta Treméa.
Uma das ações envolveu a construção de novas curvas de nível, com a intenção de reduzir a velocidade do escoamento da água na lavoura e favorecer a infiltração, lembra Treméa. Mais recentemente, também com o apoio da Extensão Rural, foram construídos terraços de base larga em uma área experimental da lavoura. O que a gente observa é que a cobertura com palhada e a descompactação do solo podem se mostrar insuficientes em alguns casos, sendo necessária a adoção dessas práticas complementares, esclarece o extensionista da Emater/RS-Ascar, Fábio Balerini.
Para Balerini, o comprimento de rampa e a declividade maior ilustram essa necessidade, no caso da propriedade da família Treméa. Esses terraços são construídos de forma que permita o trânsito de máquinas em toda a sua extensão, reforça o extensionista. Nesse caso, a movimentação de solo é feita em uma faixa de 12 a 15 metros, completa. A prática tem sido recomendada ainda para outros agricultores do município, especialmente em áreas em que isto seja viável, especialmente como parte das metas do Programa de Gestão.
O apoio para essas atividades também contou com as orientações do extensionista da Emater/RS-Ascar, Marcos Schäfer, que recentemente esteve na propriedade da família Treméa para avaliar as ações de descompactação do solo e outros manejos, como a já citada utilização de plantas de cobertura. A intenção foi apresentar metodologias para identificação do perfil do solo e os possíveis manejos a serem realizados, destacou Schäfer.
Todas as ações da Emater/RS-Ascar são realizadas por meio de parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), e o acesso a políticas públicas como o de Manejo Integrado de Pragas (MIP) e do Programa Estadual de Conservação do Solo e Água. A intenção é estimular a utilização de práticas conservacionistas que garantam a manutenção de solos produtivos, com sustentabilidade e geração de renda, afirma o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Marcelo Brandoli.
Fonte: Emater/RS