POR UMA NOVA INSERÇÃO MUNDIAL

A dita “grande mídia” tem feito uma campanha diária de difamação contra o novo governo, já não é possível negar. O presidente nem assumiu, e já é responsável, segundo eles, por uma série de decisões exóticas ou simplesmente desastrosas. A bola da vez é o diplomata Ernesto Araújo, novo ministro das Relações Exteriores, o que oportuniza uma reflexão sobre a futura política externa brasileira.

O novo ministro é criticado por ser um “conservador linha-dura” e crítico ferrenho do globalismo internacional. Ora, se o novo governo se define como liberal-democrata no campo econômico e conservador no campo social, estranho seria se fosse admirador de George Soros ou da Angela Merkel. A mídia se empenha em tratar suas crenças como “folclóricas”, demonstrando incapacidade de compreender o pensamento da massa eleitoral que conduziu Jair Bolsonaro à vitória. A filosofia do futuro chanceler é majoritariamente compartilhada por quem o elegeu: um mundo onde as políticas nacionais sejam importantes, e confrontem o que é ditado por FMI, ONU, Clube de Roma e outros.

O grande trunfo da diplomacia do futuro governo, em que pesem as credenciais do novo chanceler, será o próprio presidente Jair Bolsonaro. Muitos lembram de como a imprensa elogiava a “diplomacia presidencial” do ex-presidente Lula, bajulando ditadores árabes e africanos, e costurando um risível “acordo de paz” para o Oriente Médio com o ditador Assad da Síria e Ahmadinejad do Irã, o que levou o país a ser chamado de “anão diplomático”. Agora, os gestos de Bolsonaro mostram um novo paradigma, de alinhamento a países democráticos, como o anúncio da embaixada brasileira de Israel em Jerusalém, não mais em Tel Aviv, e a posição contra o arbítrio cubano no Programa Mais Médicos.

Estive em Israel em 2012. Desde aquela época, vi no governo israelense a disposição de cooperar com o Brasil na implantação de tecnologia para extrair água de solos áridos como o nordestino, e expandir a fruticultura irrigada. O medo de os países árabes deixarem de fazer negócios conosco é risível, já que nosso agro é fundamental para toda aquela região, e ninguém produz alimentos em escala como nós. Se a diplomacia defender claramente a Democracia, teremos uma nova e poderosa atuação do Brasil na cena mundial.

Tarso Francisco Pires Teixeira – Presidente do Sindicato Rural de São Gabriel/Vice Presidente da Farsul