A produtividade da lavoura de soja e milho está diretamente ligada ao manejo eficiente de pragas, doenças e plantas daninhas. Estudos recentes e levantamentos de campo mostram como pequenas falhas no monitoramento ou na aplicação podem se transformar em grandes prejuízos.
Neste artigo, reunimos informações atualizadas sobre quatro pontos decisivos para a safra: níveis de desfolha da soja, incidência da cigarrinha-do-milho, erros comuns na aplicação de herbicidas pré-emergentes e manejo do tamanduá-da-soja.
Até que ponto a desfolha compromete a produtividade da soja?
A perda de área foliar é um dos fatores mais críticos para a cultura da soja. Pesquisas de Durli et al. (2020) demonstram que a desfolha superior a 16,6% durante o período reprodutivo (R3) já resulta em perdas expressivas de rendimento, independentemente da cultivar.
➡️ Durante o vegetativo (V6), a planta ainda tem capacidade de recuperação, que varia entre cultivares.
➡️ Já na fase reprodutiva, a tolerância é menor e até mesmo desfolhas moderadas reduzem o potencial produtivo.
Em resumo: monitorar a intensidade da desfolha é tão importante quanto contar indivíduos de pragas. O foco deve estar em manter a integridade da área foliar principalmente após o florescimento.
Cigarrinha-do-milho: atenção ao período crítico
A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) segue como preocupação constante.
Levantamentos da Rede Técnica Cooperativa (RTC), no RS, mostram baixa densidade populacional e poucos indivíduos infectados em julho e agosto. Mesmo assim, o manejo integrado continua essencial para evitar enfezamentos.
Em Santa Catarina, monitoramento da EPAGRI em 50 lavouras detectou média de 5,41 cigarrinhas por armadilha, mas sem infecção por molicutes — apenas casos pontuais do vírus do raiado-fino.
📌 Período crítico: desde a emergência até V8.
📌 Espécies transmissoras: Dalbulus maidis e Dalbulus elimatus.
➡️ A recomendação é manter o controle químico inicial aliado ao uso de produtos biológicos sempre que possível.
Erros mais comuns na aplicação de pré-emergentes
O uso correto de herbicidas pré-emergentes garante uniformidade e reduz fluxos de emergência de plantas daninhas. Porém, erros básicos ainda comprometem sua eficiência:
-
pH do solo: solos alcalinos aceleram a lixiviação de alguns herbicidas.
-
Palhada verde ou úmida: adsorve o produto e reduz sua chegada ao solo.
-
Umidade do solo: seca excessiva limita a ação, enquanto excesso favorece lixiviação e fitotoxicidade.
-
Clima: aplicações fora da faixa de temperatura (15–32 °C), UR < 50% ou ventos > 6,5 km/h comprometem a deposição.
-
Tecnologia de aplicação: gotas inadequadas e falta de calibração do pulverizador reduzem eficácia.
-
Preparo da calda: não seguir a ordem correta de adição de produtos no tanque leva a problemas de solubilidade e incompatibilidade.
👉 O segredo é ajustar fatores de solo + clima + tecnologia para garantir que o herbicida realmente atue no alvo.
Tamanduá-da-soja: quando agir?
O tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus) pode reduzir a produtividade em até 14 sacas/ha quando não controlado (Roggia et al., 2020).
Ainda que considerado esporádico, exige atenção em áreas com histórico de ocorrência.
📌 Níveis de ação:
-
Até V3 → 1 adulto/m linear
-
V4 a V6 → 2 adultos/m linear
Após V6, os ataques não impactam mais a produtividade. Pulverizações entre 22h e 2h são mais eficazes, pois os insetos ficam na parte superior da planta.
➡️ A rotação de culturas com milho, milheto, sorgo ou girassol é a principal medida preventiva.
Conclusão
O manejo eficiente passa por monitoramento constante, decisões baseadas em dados e execução técnica precisa.
A Assistec Agrícola, com sua experiência em agricultura de precisão e consultoria técnica, apoia produtores na tomada de decisão, evitando perdas silenciosas que comprometem a rentabilidade.
🔍 Quer avaliar a situação da sua lavoura? Nossa equipe está pronta para ajudar a identificar riscos, ajustar o manejo e garantir que a produtividade seja sempre o alvo