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Mercado de milho pode ter segunda semana de alta consecutiva

De acordo com a análise semanal da Grão Direto, o mercado de milho na última semana, diante de um cenário global mais lento, buscou apoio nas exportações para reagir. Nos Estados Unidos, o grão teve uma leve recuperação após o USDA relatar vendas acima do esperado, sugerindo um possível retorno da China às compras. No Brasil, as exportações de milho seguiram sem grandes surpresas e em ritmo mais lento que em anos anteriores, com a baixa demanda e os altos estoques pressionando os preços, apesar de um fechamento positivo.

Nesta semana, o mercado de milho no Brasil está passando por uma fase de recuperação impulsionada pela melhoria nas margens dos pecuaristas e pela crescente demanda interna. Com o fim do ciclo pecuário, o mercado do boi gordo parece ter atingido um piso, proporcionando um aumento na margem de lucro dos pecuaristas. Isso, por sua vez, eleva a demanda por milho, que é um componente essencial na alimentação do gado. Embora o aumento da demanda deva ser gradual, já atua como um contrapeso aos preços baixos atuais. A expectativa é que, a médio e longo prazo, essa margem continue a melhorar, impulsionada também pelo aumento da mistura de etanol na gasolina, o que estimula ainda mais a procura interna por milho. Com isso, os preços no mercado doméstico tendem a se sustentar, apesar da pressão dos preços de exportação.

No cenário internacional, as exportações de milho dos Estados Unidos têm superado as expectativas do mercado. Segundo dados recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o ritmo de exportação norte-americano é superior ao do mesmo período do ano anterior. Esse movimento sugere que os preços do milho podem ter encontrado um piso na Bolsa de Chicago. Com a safra norte-americana prestes a ser colhida e com pouca vulnerabilidade climática, a manutenção desses números pode favorecer ainda mais os preços no mercado global.

No contexto asiático, a Índia desponta como protagonista na dinâmica do mercado de milho. Tradicionalmente um dos maiores exportadores de milho na Ásia, o país tem se tornado um importador, principalmente para a produção de etanol, impulsionado por incentivos governamentais voltados à redução de emissões de carbono. Esta mudança estratégica, de exportador para importador, pode oferecer suporte às cotações de milho no mercado global. Embora o impacto não deva ser imediato, a inversão de posição da Índia no mercado internacional pode sustentar preços mais altos a médio prazo.

A combinação de altos estoques e demanda enfraquecida recentemente exerceu forte pressão sobre os preços do milho. No entanto, alguns fundamentos apontam para uma possível reversão dessa tendência ou, pelo menos, para a estabilização dos preços. As cotações futuras já sugerem uma elevação gradual dos preços até a próxima safra brasileira, o que pode resultar em uma segunda semana consecutiva de alta para o milho no mercado.

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