Quem tem raízes no campo já deve ter utilizado ou ouvido falar sobre o uso de defensivos químicos para matar pragas e controlar doenças em plantas, sendo estes, alguns dos principais vilões que comprometem os resultados das plantações. Felizmente, com o avanço dos estudos sobre produtividade sustentável, já é possível realizar o controle a partir do manejo biológico.
Um estudo da Nature aponta que cerca de 22,5% da perda de produtividade nas cinco principais culturas para a alimentação mundial (trigo, arroz, milho, batata e soja) acontece devido a esses insetos-praga e patógenos causadores de doenças em plantas.
O que é o manejo biológico?
O manejo biológico tem como princípio o uso de técnicas sustentáveis para o combate a pragas e doenças nas plantações.
Basicamente, ele se utiliza de macro e microrganismos que interagem com esses problemas de forma a gerar resultados positivos para a lavoura. Os primeiros benefícios notados são a durabilidade do controle, o menor custo de implantação e a maior preservação do solo.
Quais os tipos de manejo biológico?
A procura pela aplicação de manejo biológico de pragas cresce consideravelmente em função do novas diretrizes internacionais de produção agrícola e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
O objetivo é favorecer a conservação da biodiversidade das áreas de cultivo. Todavia, seguem existido outras formas de se realizar essa prática.
Manejo biológico artificial
O manejo biológico artificial é o mais utilizado pelos produtores devido à rapidez de seus resultados.
Ele consiste na criação de parasitas naturais das pragas em laboratório e soltura em grandes quantidades nas lavouras.
Manejo biológico clássico
Utilizado em culturas perenes ou semiperenes. Ele tem o objetivo de criar, a médio e longo prazo, um ecossistema hostil para a proliferação de pragas e doenças.
Para alcançar esse cenário são realizadas as liberações em pequenas quantidades de inimigos naturais ou parasitoides, combatendo, principalmente as adversidades mais raras e exóticas.
Com o tempo, as populações desses agentes tendem a aumentar e o manejo se tornar mais natural.
Manejo biológico natural
O manejo natural se aproveita do ecossistema nativo para manter o equilíbrio natural. Neles a plantação se aproveita dos inimigos naturais já existentes na região para o controle de pragas.
Isso é feito por meio de preservação de matas nativas próximas às áreas de plantio associadas ao uso de alguns pesticidas selecionados.
Quais as vantagens em usar o manejo biológico?
O manejo biológico traz uma série de benefícios que passam por diversas esferas da produção envolvendo saúde, economia e preservação ambiental.
Os organismos naturais usados como agentes do manejo biológico são mais seguros para o agricultor, seus colaboradores e também para o consumidor final. Afinal: eles não deixam resíduos e nem contaminam os alimentos e ambiente.
Outra vantagem é que, por dispensar agentes químicos, não há a possibilidade de selecionar superpragas com organismos mais resistentes. Outros pontos positivos são:
· reduz uso de produtos químicos tóxicos;
· custos menores de produção;
· não causa danos ao solo, à fauna e à flora;
· traz uma sólida base para a agricultura orgânica;
· regeneração da biodiversidade do solo
· ajuda a manter o equilíbrio do agroecossistema;
· não extermina inimigos naturais de pragas e doenças.
Como começar o manejo biológico na fazenda?
Para começar a implantação de um programa de manejo biológico, o primeiro passo é fazer o reconhecimento dos inimigos naturais da praga-chave da cultura e do comportamento da praga em questão.
Após realizada essa etapa, é traçada uma estratégia para a reprodução dos organismos que serão soltos na plantação.
Para isso, você vai precisar de um parceiro que consiga realizar a pesquisa e desenvolvimento desses agentes, como a Solubio.
Qual a importância do manejo biológico para uma agricultura sustentável?
O mercado de biológicos traz grandes perspectivas para o futuro de uma agricultura sustentável. Com o avanço de pesquisa e tecnologias, são otimizadas as formulações e aplicações de alternativas que atendam os anseios da população por uma agricultura mais sustentável.
Com esse panorama é fundamental conseguir aumentar a produção de alimentos de forma saudável, preservando o meio ambiente e reduzindo custos para os produtores. É papel das empresas pioneiras do agronegócio sustentável buscar por essas alternativas com foco na resolução de problemas globais.
O manejo biológico é aplicável em larga escala?
Um levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mostra que entre 2018 e 2019 o mercado de manejos biológicos no Brasil cresceu cerca de 70%, enquanto em termos globais, o crescimento foi de 17%. Claro que a redução de custos é um grande atrativo, mas os resultados na aplicação em larga escala também são evidentes.
A Emprapa faz um acompanhamento que mostra que a redução no uso de defensivos tradicionais pode gerar um rendimento superior de até meia tonelada por hectare no trigo e números igualmente relevantes em outras culturas.
A principal estratégia para quem deseja implementar a produção é a instalação de biofábricas que produzem esses organismos diretamente nas propriedades.