O governo Bolsonaro quer estimular a criação de consórcios entre mineradoras e grandes grupos agrícolas para explorar reservas de potássio, cálcio e magnésio.
A medida atenderia a dois objetivos: de um lado, reduzir o déficit comercial e a dependência brasileira de matéria -prima importada para a produção de fertilizantes; e do outro, diminuir a concentração de preços do setor.
Assessores dos ministros de Minas e Energia, Almirante Bento Leite, e da Agricultura, Tereza Cristina, iniciaram estudos para avaliar o potencial de exploração de reservas de potássio, cálcio e magnésio no Mato Grosso e na Bahia. Praticamente todas as jazidas ficam próximas a áreas de plantio.
Um amplo trabalho de zoneamento agrogeológico realizado pela Embrapa e pelo Serviço Geológico do Brasil/ CPRM foi apresentado à futura equipe da Pasta de Minas e Energia no último dia 4, em seminário fechado na sede do Ministério, em Brasília.
O setor de fertilizantes é uma prioridade nacional que vai e volta há mais de quatro décadas. Já foi predominantemente de controle estatal, com a Vale e a Petrobras. Esta última deixou o segmento, regressou e agora mesmo flerta com a porta de saída novamente.
Nesse vai e vem, tudo continua como dantes. Desde a década de 90, com as privatizações no setor, o grau de concentração da indústria tem se acentuado cada vez mais. Apenas quatro empresas – Mosaic, Yara, Fertipar e Heringer – dominam 70% da produção de fertilizantes e consequentemente controlam os preços do mercado.
Ao mesmo tempo, o déficit comercial do país no setor segue nas alturas. O Brasil importa 95% do potássio, 83% do nitrogênio e 60% do fosfato utilizados no mercado doméstico.
Fonte: Relatório Reservado (Negócios & Finanças) N 6.014