Composto extraída dos fungos, que hoje é usado em remédios, pode ser “divisor de águas” na agricultura
Foram encontradas moléculas em medicamentos usados contra o colesterol que podem substituir o glifosato e assim auxiliar no controle de plantas daninhas resistentes a um dos pesticidas mais utilizados no mundo. A pesquisa foi desenvolvida pelo Curtin University Center for Crop and Disease Management, da Austrália Ocidental, e descobriu que as estatinas extraídas de fungos têm um modo de ação herbicida pós-emergente.
As estatinas eliminam as plantas daninhas inibindo uma enzima chamada HMG-CoA redutase, informa artigo do portal australiano ABC News. Quando isso acontece, a planta reduz os níveis de colesterol, lipídios, vitaminas e outros hormônios e acaba morrendo.
“O que descobrimos é que uma dose muito baixa ou nível equivalente ao que você pulverizaria com glifosato nas plantações, matará as plantas inibindo essa enzima”, disse Joel Haywood, que é o principal autor da pesquisa e trabalha no projeto há mais de cinco anos.
De acordo com o cientista, o potencial da enzima HMG-CoA redutase pode ser ainda mais eficaz que o glifosato no controle das invasoras. Segundo agricultores australianos, a descoberta pode ser um divisor de águas para a produção agrícola mundial, uma vez que não havia sido ainda descoberto um modo de ação herbicida de amplo espectro tão eficiente como o glifosato – foi introduzido pela primeira vez há quase 50 anos.
“À medida que a resistência das plantas daninhas aumenta, crescem os problemas para os agricultores e caem os rendimentos. Portanto, precisamos de novos compostos químicos para superar essa resistência”, disse Joel Haywood, que é o principal autor da pesquisa e trabalha no projeto há mais de cinco anos.
De acordo com o pesquisador, pode demorar até 15 anos para os compostos químicos chegarem ao mercado. Ele afirma que trabalha, no entanto, para encontrar mais compostos orgânicos que tornem o produto disponível mais cedo. “Pode demorar um pouco para os novos compostos sintéticos passarem por barreiras regulatórias. No entanto, se encontrarmos uma nova estatina natural, ela poderá estar no mercado dentro de cinco a 10 anos”, concluiu.
Fonte: AGROLINK -Leonardo Gottems