A Embrapa Soja acaba de selecionar 3 dos 15 projetos que inscreveram propostas no edital de Open Innovation para Startups, lançado em novembro. A primeira colocação ficou com o projeto de sistema de pulverização seletiva, apresentado pela startup Eirene Solutions. O segundo colocado foi o projeto da startup Agribela sobre novas técnicas em pulverização: baixo volume terrestre e automação da coleta de dados meteorológicos como ferramentas no controle químico e biológico de pragas da cultura da soja. Na terceira colocação ficou a startup Pragas.com, cujo projeto trata da produção massal de ovos de Euschistus heros(Fabricius) e desenvolvimento de técnicas de parasitismo de Telenomus podisi Ashmead em grande escala.
Os três projetos selecionados terão contrato com a Embrapa Soja para o desenvolvimento das ações. Os proponentes poderão contar com a tutoria de pesquisadores da Empresa, realizar testes de produtos no campo e participar de fóruns de pesquisa e inovação em que a Embrapa está inserida. Os projetos/startups que foram classificados entre o 4º e o 10º lugar permanecerão num banco de projetos, por um período de 2 anos, e serão analisados para potenciais parcerias futuras.
Para o chefe-geral da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias, o objetivo do Open Innovation para Startups é aproximar a Embrapa Soja das ideias inovadoras em tecnologia digitais aplicadas ao agronegócio e dos empreendedores que têm familiaridade com o conjunto de ferramentas, metodologias, processos e serviços disponíveis via Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). “Nossa ideia é nos aproximarmos de todo este conhecimento para identificarmos oportunidades de interação e de desenvolvimento de parcerias em busca de soluções de forma conjunta”, destaca Farias.
Startups e Embrapa: parceria ganha-ganha
De acordo com o engenheiro Gabriel Borges, da Eirene, ter a Embrapa como parceira em projeto é muito relevante, porque a Eirene é uma startup ainda pouco conhecida no mercado, mas contará com o reconhecimento da Embrapa. “Ter a marca da Embrapa junto conosco, com certeza, trará maior credibilidade ao nosso produto, por todo o reconhecimento que a empresa acumula junto aos produtores”, explica. “Além disso, o conhecimento técnico dos pesquisadores da Embrapa poderá nos auxiliar muito nesta nova etapa de validação e testes a campo”, destaca.
O sistema de pulverização seletiva, da Eirene Solutions, utiliza uma câmera de vídeo que aciona os bicos dos pulverizadores do pulverizador as aplicações de herbicidas apenas quando houver plantas daninhas na lavoura. “Também estamos trabalhando para que o sistema diferencie a planta de soja das plantas daninhas e fique ainda mais eficiente”, explica Borges.
A agrônoma e sócia da Agribela, Gabriela Vieira, também considera a iniciativa do Open Innovation muito boa. “Desenvolvi a parte prática do mestrado e do meu doutorado na Embrapa e sei o quão sério é o trabalho dela, também valorizado pelos produtores. Por isso, é uma oportunidade de validar e desenvolver nossos produtores com esta confiabilidade que a Embrapa já tem”, ressalta.
Além de contar com o knowhow de pesquisadores de várias áreas, Gabriela, destaca a possibilidade de acelerar os processos de desenvolvimento de produtos. “Com esta parceria do Open Innovation vamos conseguir trocar ideias com os pesquisadores e desenvolver juntos os projetos, de forma muito mais rápida, para atender as demandas dos produtores”, avalia.
O diretor comercial da startup Pragas.com, Leandro Silva, também está empolgado com a possibilidade de acelerar o desenvolvimento de novos produtos, principalmente para controle biológico de pragas. “Como startup, é muito importante termos esta aproximação com a Embrapa, proporcionada pelo Open Innovation, porque facilita o acesso à infraestrutura de pesquisa e a todo o knowhow científico que demoraríamos tempo para construir”, relata. “Por isso, estamos felizes com a possibilidade de acelerar o desenvolvimento das novidades que planejamos colocar no mercado”, diz.
Há quatro anos no mercado, a Pragas.com pretende fazer produção massal de ovos do percevejo marrom (Euschistus heros), uma das principais pragas da soja, para auxiliar na produção de agentes de controle biológico, principalmente da vespa Telenomus podisi que é parasitóide de ovos de percevejos. “Queremos fazer produção em larga escala para fornecer este insumo para outras empresas que vão produzir o agente de controle biológico”, diz.
Fonte: Embrapa