Drones são eficientes para o controle da cigarrinha-do-milho?
drones
Com relação ao manejo de doenças, estudos demonstram que as pulverizações via drone são eficazes para o controle de doenças fungicidas como a ferrugem-asiática da soja, demonstrando inclusive, maior capacidade de distribuir defensivos no terço inferior da planta (Soares et al., 2023). E para o controle de insetos como a cigarrinha-do-milho?
Analisando a eficiência da aplicação de inseticida químico (acefato) via pulverização com drone no controle da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), Bortolotto et al. (2025) constataram que o uso do drone agrícola para aplicação de inseticidas no manejo da cigarrinha-do-milho demonstrou ser uma tecnologia eficaz na fase inicial de desenvolvimento da cultura e também quando o milho atingiu maior porte.
cigarrinha do milho
De acordo com Bortolotto et al. (2025), a aplicação com drone apresentou qualidade semelhante à aplicação com pulverizador costal, sendo portanto eficiente para o manejo da cigarrinha do milho como método de pulverização. Resultados similares demonstrando a eficiência dos drones no controle de pragas também foram observados por outros autores, especialmente para a cultura da soja, fato que demonstra a aptidão do drone como meio de pulverização para o manejo de pragas.
Contudo, é importante destacar que drones operam com volumes de calda consideravelmente menores, o que demanda atenção redobrada às condições climáticas e ambientais no momento da pulverização. Dessa forma, o uso dessa tecnologia requer criterioso planejamento e monitoramento das condições de aplicação, a fim de garantir eficiência e minimizar riscos de perdas ou deriva.
QUIZ 1 – Qual o período crítico de controle da cigarrinha-do-milho?
Tripes causam danos em flores de soja?
Além dos danos ao dossel da cultura, um estudo conduzido por Neves e colaboradores (2022) demonstrou que os tripes também são capazes de reduzir estruturas fisiológicas da planta importantes para a formação dos grãos, mais especificamente, as flores. Analisando os níveis de dano econômico para tripes em soja, com aplicações de inseticidas por aeronaves e tratores, os autores observaram haver uma relação entre a densidade de tripes e a redução do número de flores de soja. A unidade de amostra utilizada no estudo consistia em uma bandeja de 40x25x3cm, totalizando 0,1 m². As amostragens foram realizadas no dossel da cultura.
Os resultados obtidos por Neves et al. (2022) demonstram que, para cada 2,44 tripes por amostra, perde-se 1% de flores de soja por abortamento. Os danos observados durante o período reprodutivo da soja indicam que esse é o período fenológico em que os danos realmente ocorrem.
perdas de rendimento
Assim, Frankliniella schultzei e Caliothrips phaseoli, mesmo em densidades observadas de até oito indivíduos por amostra, causaram perdas por meio da queda de flores.
Além disso, observou-se que, em plantas atacadas por tripes, os grãos de pólen tendem a se aglutinar, o que também contribui para o aborto floral (Neves et al., 2022). A redução do número de flores impacta diretamente a formação do número de legumes por planta, reduzindo consequentemente a produtividade da cultura.
Manejo pós-semeadura é momento determinante para o sucesso da lavoura
Dependendo da espécie daninha, da densidade populacional e do período de matocompetição com a soja, perdas de produtividade superiores a 70% podem ser observadas, chegando em alguns casos, a inviabilizar a colheita (Gazziero & Silva, 2017).
Para minimizar os efeitos da matocompetição na soja, é fundamental realizar o controle das plantas daninhas no período crítico de prevenção da interferência (PCPI). Nessa janela de manejo, o uso de herbicidas seletivos em aplicações pós-emergentes é a principal estratégia de controle. No entanto, para garantir eficiência e segurança, é indispensável considerar a tolerância genética da cultivar de soja, a composição e densidade das populações infestantes, bem como o período em que o controle deve ser realizado.
Normalmente, o controle pós-emergente de plantas daninhas na cultura da soja ocorre após o período anterior a interferência (PAI), quanto a cultura encontra-se em estádio V3 – V4 de desenvolvimento. Essa prática é popularmente conhecida como capina, e para que um controle eficiente seja observado, além de posicionar os herbicidas com base na seletividade à cultura e espécies infestantes, é necessário atentar para o estádio de controle das plantas daninhas.
plantas daninhas
De modo geral, plantas daninhas em estádios iniciais de desenvolvimento, com 3 a 4 folhas, apresentam maior susceptibilidade ao controle químico. Nessa fase, a área foliar disponível favorece a absorção dos herbicidas e, ao mesmo tempo, a planta possui menor capacidade de tolerar seus efeitos
É fundamental destacar que, para alcançar um controle eficiente de plantas daninhas na pós-semeadura da soja, devem ser rigorosamente seguidas as recomendações técnicas da cultura, bem como as orientações descritas na bula dos herbicidas, a fim de minimizar o risco de efeitos fitotóxicos. Mesmo quando herbicidas seletivos são aplicados em cultivares de soja tolerantes, sintomas de fitotoxicidade podem ocorrer, sobretudo em condições adversas de ambiente ou em situações de pulverização inadequada.
QUIZ 2 – Qual o período anterior a interferência de planta daninhas (PAI) da cultura da soja?
Como a mosca-branca se distribui na soja?
A distribuição da praga na planta de soja dificulta seu controle. Conforme observado por Pozebon et al. (2019), a maior concentração de ninfas da mosca-branca é observada nos terços médio e inferior da planta, sendo que, cerca de 80% das ninfas ficam concentradas nesses terços, enquanto a maioria dos adultos se concentra no terço superior da planta.
Bemisia tabaci
Nesse contexto, o controle eficaz das ninfas é dificultado pela localização na face inferior dos folíolos e no terço inferior das plantas, sendo raramente atingidas pelas pulverizações de inseticidas. Assim, mesmo que o controle dos adultos seja eficaz, a população infestante rapidamente se reestabelece.
Atrelado a isso, plantios tardios ou anos mais secos tendem a aumentar a ocorrência da mosca-branca. Visando o controle químico da praga, o nível de ação pré-estabelecido é de 5 a 10 ninfas por folíolo. Estudos desenvolvidos por Arneman e colaboradores (2019) demonstram resultados promissores relacionados ao controle químico da mosca-branca em soja. De acordo com os resultados obtidos pelos autores, a associação entre Ciantraniliprole + Lambda-cialotrina (100 + 7,5 g ha-1) foi a mais eficaz no controle de adultos de B. tabaci, alcançando uma eficiência de 65% e mantendo a infestação abaixo de 6,29 adultos por folíolo.
Já com relação ao controle de ninfas, o tratamento com Acetamiprido + Piriproxifen (60 + 30 g ha-1) se mostrou o mais eficiente, com uma eficácia de 67% e uma infestação reduzida a menos de 1,28 ninfas por folíolo. Além disso, a pesquisa destacou que pulverizações sequenciais, iniciadas no começo da infestação, aumentam significativamente a eficiência do controle dessas pragas.