“Na pesquisa, você se empolga com novas descobertas que não eram conhecidas anteriormente; e no mundo da ciência, essa é realmente a primeira vez”, afirmou o professor Stephen Powles – um especialista que é referência global em resistência a herbicidas. Ele está entre um grupo de pesquisadores que passou a maior parte da última década tentando desvendar o mistério por trás dessa suposta “super-daninha”.
Atualmente, 304 populações de 42 espécies de plantas invasoras desenvolveram algum grau de resistência ao glifosato em diversas partes do mundo. Até agora, no entanto, nenhum cientista havia provado a capacidade de uma planta metabolizar ou quebrar o herbicida. Powles conta que esse “enigma científico” despertou a curiosidade de um grupo de 20 cientistas da China, que voaram para a Austrália para trabalhar pesquisa.
“Há muitos anos viemos tendo excelentes colaborações com vários laboratórios na China. O Dr. Pan Lang, iniciou esses estudos usando sofisticadas ferramentas genéticas modernas [e] fomos capazes de identificar um gene chamado gene AKR, que julgávamos ser responsável [por metabolizar o glifosato]. Isolamos esse gene, colocamos no arroz e a prova final mostrou que o arroz se tornou resistente ao glifosato”, conta o especialista.
Para o professor Powles, a descoberta acidental traz uma lição: “O resultado final para os agricultores que usam glifosato é – quando você está em uma coisa boa, não se atenha a ela. Se você deseja que o glifosato funcione para a próxima geração, tenha moderação agora. Para conservar grupos químicos, é necessário rotação e usar outras maneiras de controle de ervas daninhas. Não importa onde você cultive ou mesmo em seu quintal, se você continuar usando a mesma coisa, a resistência acontecerá; é inevitável”.
Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems
Crédito: University of Western Australia