Segundo ele as áreas são mais produtivas, sem exceções, quando apresentam um combo de manejo bastante característico, considerando perfil de solo corrigido nos aspectos físicos, químicos e biológicos e diversidade de cultura, sendo superior a quatro, ou seja, um sistema de rotação de culturas intensivo que é composto por mais de quatro culturas.
Mas como este manejo promove a construção do perfil de solo? Pascoalino busca responder a questão baseando-se em produtores de sucesso espalhados por todo território brasileiro, que têm produtividade alta em média, aproximadamente 80 sacas de soja por hectare (80 sc/ha), representando uma produtividade 33% superior à média nacional, quando comparada com o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
“A construção do perfil do solo é o primeiro passo para um ambiente produtivo, pois irá permitir sustentar e manter as condições ideais para o crescimento, desenvolvimento e produtividade das plantas. O perfil do solo fisicamente ideal, quimicamente corrigido e biologicamente ativo é a chave para um bom start para atender às necessidades das plantas”, define.
Nesse contexto, existem três premissas importantes a serem consideradas:
Evitar o impedimento físico do solo: permite o crescimento do sistema radicular sem obstrução, maior aeração do solo, ambiente favorável para a microbiota do solo, maior fixação biológica de nitrogênio, maior infiltração de água no solo, melhor absorção de nutrientes, menor escorrimento superficial de água e nutrientes, evitando erosão do solo e perda de nutrientes do sistema;
Corrigir a fertilidade química do solo em profundidade e manter o equilíbrio químico: mantém o pH do solo na faixa ideal, aumentando a disponibilidade dos nutrientes e promovendo a ausência do alumínio (Al+3) do solo. Oferece o nitrogênio (N), fósforo (P), cálcio (Ca2+) e boro (B) em quantidade e profundidade, favorecendo o crescimento vertical e horizontal da raiz no solo, assim ampliando o volume de solo explorado;
Melhorar aspecto biológico do solo: obtido através da diversidade de culturas (sistema de rotação de culturas) vinculado ao plantio direto, que é caracterizado por não revolver o solo e manter a palhada da cultura sobre ele. O fato de trabalhar com culturas diferentes dentro de um mesmo ambiente produtivo permite maior diversidade de raízes com características morfológicas e de composição química diferentes, assim promovendo melhor agregação do solo e formação de canais preferenciais, que potencializam a difusão de oxigênio, infiltração de água e aprofundamento dos nutrientes no perfil do solo. Liberação de exsudados na região da rizosfera, que colabora na proteção da planta a ataques de pragas e doenças e promove a alteração do pH do solo, que pode aumentar a disponibilidade de nutrientes, potencializando a absorção dos mesmos pelas raízes das plantas. Aumento da matéria orgânica, que auxilia em todos os processos mencionados anteriormente, bem como está ligado diretamente à qualidade do solo, sendo o combustível para macro, meso e microrganismos que estão diretamente ligados à vida do solo.
O cumprimento das premissas, na prática, se resume em vantagens físicas, químicas e biológicas, que geram raízes desenvolvidas, horizontalmente e verticalmente, que proporcionam maior eficiência e competitividade para aproveitar água, nutrientes e demais recursos essenciais para o desenvolvimento da planta.
Fonte: Agrolink Por Eliza Maliszewski
Crédito: Nadia Borges