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Ciência na hora de calcarear – Produtividade média ganha mais de 8 sacas por hectare

Pesquisa ampliada em MT, incluindo novas fronteiras agrícolas, comprova eficiência de doses mais robustas de calcário na produtividade da soja e milho

Quatro anos de pesquisas criteriosas confirmam o que o produtor rural já sabe e os manuais técnicos reconhecem: calcário na lavoura é indutor de mais produtividade. Pesquisa empreendida pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) comprova que a aplicação de altas doses de calcário em solos ácidos trazem mais sacas de soja à rentabilidade do agricultor ao final do ciclo produtivo. Entre os experimentos, destaque aos resultados obtidos com a aplicação do insumo em superfície em doses de até 5 toneladas por hectare. A produtividade média saltou de 60,8 sacas/ha com doses tradicionais de 2,5 toneladas do mineral por hectare para o patamar de 68,4 sacas/ha.

O ponto de partida da trilha científica do estudo é descobrir se a aplicação de doses extras de calcário em superfície é possível e viável e se aumentar a dose do mineral aplicada em superfície, sem gradagem, para além de 2 a 2,5 toneladas de calcário por hectare, reduz a produtividade. A resposta a essas hipóteses veio com a realização de testes com diferentes doses de calcário por hectare e misturas de calcário calcítico (rico em cálcio e baixo teor de magnésio) comparadas às de calcário dolomítico (rico em magnésio.

Também foi feita a aplicação do mineral em diferentes granulometrias, menos ou mais finas, para avaliar a capacidade do calcário de se dissolver em água ao entrar em contato com o solo. Com os avanços dos experimentos, os benefícios observados foram plantas de soja com mais vagens no pé, mais grãos por vagem e, também, grãos de soja mais ricos em cálcio. No milho, plantas mais vistosas, maiores e com colmos (caule encontrado nas gramíneas como milho, cana-de-açúcar e arroz) mais desenvolvidos.

Alerta de especialista – Conforme o pesquisador Anderson Lange, Doutor em Energia Nuclear na Agricultura e professor titular da UFMT em Sinop (478 km de Cuiabá), os experimentos de campo e também nos vasos em estufa revelaram que a saturação por bases ideal não é alcançada após a aplicação da dose de calcário recomendada pelos cálculos matemáticos do chamado V%. Com isso, as quantidades de cálcio e magnésio alcançadas no solo, insuficientes, podem limitar a produtividade das lavouras.

Assim, doses mais encorpadas de calcário se fazem presentes como aliadas da produção da agricultura, tanto em áreas consolidadas como em novas fronteiras agrícolas. Em Sinop, gigante do agro mato-grossense, 13 diferentes combinações entre doses, misturas e forma de aplicação do calcário foram testadas. Na localidade, conforme os resultados da pesquisa, as doses mais elevadas do mineral têm trazido as maiores produtividades na soja, chegando à colheita de 88 sacas por hectare com aplicação de até 11 toneladas em superfície, após o 2º ano da aplicação. Quando se pensa em produção acumulada, o ganho robusto em produtividade na soma das colheitas da soja e do milho das safras 2018/2019 e 2019/2020 chega a 30 sacas a mais por hectare.

Em Querência, o experimento instalado em setembro de 2018 contempla 8 tratamentos. Em um deles, foi incorporada metade da dose de calcário ao solo no momento da aplicação, ao passo que nos demais a técnica empregada é a da calagem em superfície, preservando o sistema de plantio direto. A primeira colheita foi realizada no milho (junho/2019), demonstrando ganho de 16 sacas em relação à área que não teve aplicação de calcário.

“O manejo nutricional na área do experimento, assim como na área comercial das fazendas que já vêm adotando a calagem mais “equilibrada”, tem recebido especial atenção para a aplicação de micronutrientes, utilizando-se da técnica de correção e manutenção dos níveis no solo. O objetivo da pesquisa não é recomendar a aplicação de 11 a 12 toneladas de calcário por hectare, mas sim, buscar um novo valor técnica e economicamente viável para se recomendar calcário e obter produtividades ainda maiores do que as que já temos no Estado de Mato Grosso”, afirma Anderson Lange, ao destacar que os resultados mostram que o solo está carecendo de calcário para aumentar as produtividades.

Fonte: Íntegra Comunicação

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