Chegada da Terbutilazina ao Brasil marca uma nova era no controle de plantas daninhas, inicialmente no milho
Desenvolvida na Europa no final dos anos de 1990, a Terbutilazina acaba de chegar ao mercado brasileiro. Trata-se de um ingrediente ativo com tecnologia de última geração, resultante de uma nova molécula herbicida do grupo químico das triazinas. Na União Europeia, a Terbutilazina substituiu com resultados altamente satisfatórios aos herbicidas à base de Atrazina. A Atrazina, importante lembrar, teve sua aplicação proibida na Alemanha e na Itália, em 1997, pelo risco de contaminação de águas subterrâneas. Em 2004, todo o bloco europeu aderiu ao banimento da Atrazina.
No mercado brasileiro, a Terbutilazina teve seu primeiro registro concedido pelos órgãos reguladores à Sipcam Nichino. O ingrediente ativo está presente na formulação do novo herbicida de marca Click®, cujo lançamento ocorreu no mês de junho último. No período de 2013 a 2016, a companhia, de origem ítalo-japonesa, iniciou no Brasil estudos para o registro definitivo da Terbutilazina, obtido no mês de outubro de 2020. Outros estudos de base foram realizados anteriormente. Até a chegada do novo produto às revendas e cooperativas, consumiram-se oito anos de pesquisas e ensaios e mais de 100 campos demonstrativos, realizados em toda a fronteira agrícola nacional. Relevante destacar também que o desenvolvimento do novo herbicida contou o apoio de 30 membros da comunidade científica, integrante do Grupo Eloos.
O Grupo Eloos é formado por pesquisadores das diversas regiões do Brasil, que auxiliam no processo de desenvolvimento de mercado da Sipcam Nichino para fungicidas, herbicidas, inseticidas e bioestimulantes. Os estudos em torno dos efeitos da Terbutilazina no controle das plantas daninhas do milho, portanto, contaram com envolvimento de um verdadeiro “dream team”. Este modelo de pesquisa e desenvolvimento, além dos diferenciais tecnológicos do ingrediente ativo, permitiu à companhia fazer um movimento disruptivo no setor de defensivos agrícolas. O novo herbicida não deixou dúvidas nos pesquisadores quanto a seu potencial para abrir uma nova era no controle de plantas daninhas, inicialmente no milho.
A Sipcam Nichino, antecipamos ao leitor, já tem avançados estudos em busca do registro a outras culturas. No mercado de milho, a nova tecnologia mostrou-se eficaz no controle pré-emergente e pós-emergente inicial das principais plantas daninhas da lavoura, com alta seletividade e flexibilidade no tocante ao momento da aplicação – desde a pré até a pós-emergência da cultura. Em todo o mundo, a Terbutilazina é percebida por pesquisadores como integrante de um dos grupos químicos herbicidas mais importantes para a agricultura, por transferir amplo espectro de controle, prolongado efeito residual e por haver baixíssimo registro de espécies de invasoras resistentes ao ativo. A Terbutilazina se transloca via xilema. É absorvida, sobretudo, através das raízes e pelas folhas das plantas daninhas e atua sobre a fotossíntese das plantas sensíveis ao ativo.
Análises efetuadas em nível de campo no Brasil, em áreas comerciais e experimentais, revelaram que o novo herbicida apresenta controle, medido em padrões acima da média, em pré-emergência e pós-emergência inicial de espécies monocotiledôneas e dicotilledôneas, principalmente sobre plantas daninhas de folhas largas. Dados representativos de pesquisas, feitas recentemente na fronteira agrícola do milho brasileiro, comprovam a alta eficácia pelo novo herbicida no controle de diversas espécies resistentes ou difícil controle, como por exemplo capim-pé-de-galinha.
Fonte: Fernanda Campos