assistecagricola

Timeseg - sex: 07:30 às 11:30 e das 13:00 às 18:30

Biótipos de capim-pé-de-galinha com resistência múltipla dificultam o manejo

O capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) é uma das cinco plantas daninhas mais problemáticas do mundo. No Brasil, sua ocorrência se dá em todo o território nacional com uma complexidade ainda mais preocupante: apresenta biótipos com resistência múltipla a herbicidas, dificultando o seu manejo.

O ciclo do capim-pé-de-galinha é anual, infesta lavouras anuais e perenes e se desenvolve bem em qualquer tipo de solo. Seu ciclo de vida pode durar de 120 a 180 dias e sua reprodução ocorre via sementes.

Em Mato Grosso, assim como outras daninhas, essa espécie inicia sua infestação antes do plantio da soja, em setembro, e se estende por toda a safra devido aos diferentes fluxos que ocorre nas lavouras. Infelizmente, no período da safra de soja o controle eficaz de biótipos de capim-pé-de-galinha resistente já não é mais possível com os graminicidas, sendo necessário a adoção de diferentes estratégias de manejo.

De acordo com a literatura, a presença da espécie pode causar até 80% de perda na lavoura caso o controle não seja feito no tempo certo. É possível até mesmo inviabilizar a colheita com a perda total da produção. Para isso não acontecer, recomenda-se fazer uma boa dessecação com produtos específicos para essa finalidade.

Além disso, é recomendado continuar o manejo ao longo do ciclo da cultura, utilizando produtos em épocas específicas indicadas pelos profissionais do setor. Um ponto importante a ser observado é a aplicação nos estágios corretos, quando as plantas estão mais novas, e introduzir herbicidas pré-emergentes que seguram novos fluxos e não deixam novas sementes emergirem.

Em resumo, o manejo básico do capim-pé-de-galinha ao longo dos anos é quase sempre o mesmo: dessecação pré-plantio, utilizar herbicidas pré-emergentes no sistema e pós-emergentes. O que altera esse manejo é a chegada de novas cultivares ao mercado com tolerância a herbicidas, rotação de culturas e a introdução de diferentes mecanismos de ação no sistema produtivo.

É importante lembrar que as plantas daninhas expressam resistência a herbicidas com o uso contínuo do mesmo mecanismo de ação, sendo imprescindível a rotação desses para prolongar a vida útil das moléculas herbicidas e ter controle eficaz das plantas daninhas.

Danos

O capim-pé-de-galinha causa danos diretos e indiretos ao produtor. De forma direta, por meio da competição gerada entre as plantas daninhas e as culturas por água, luz e nutrientes, causando consequentemente a redução na nutrição do cultivo principal. Os danos indiretos acontecem em razão da planta se tornar hospedeira, principalmente de pragas e doenças, que às vezes ficam alojadas nela e, posteriormente, acabam migrando para a lavoura em geral.

Pesquisa Aplicada

O capim-pé-de-galinha é alvo de estudos em dois experimentos realizados pela Fundação MT no Centro de Aprendizagem e Difusão (CAD) de Primavera do Leste. Um com foco em manejo no sistema de produção soja-milho e outro no sistema de produção soja-algodão. Nesses experimentos, os pesquisadores e equipe colhem resultados de diferentes protocolos de manejo com diferentes estratégias.

Fonte: Fundação MT

Outras Notícias

Trabalhe Conosco

Se você estiver interessado ou tiver alguma dúvida, envie-nos uma mensagem.

    Currículo