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Benefícios do uso de dejetos no solo

Em algumas regiões do Paraná, o uso intenso de dejetos como fertilizante na produção agrícola tem gerado questionamentos quanto a eficiência, efeitos e resultados na melhoria das condições químicas, físicas e biológicas do solo, e do impacto sobre o meio ambiente. Recentemente, alguns desses questionamentos foram respondidos por meio de um estudo realizado na região dos Campos Gerais, capitaneado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em parceria com a Fundação ABC, promovido pela Rede Paranaense de Agropesquisa. Outros trabalhos dessa natureza estão em desenvolvimento nas demais regiões do Estado, visando investigar o uso de dejetos em outras condições de solo, clima e manejo. Muitos resultados e recomendações já podem ser aplicados pelos produtores rurais.

A região dos Campos Gerais é voltada principalmente para a produção leiteira e, consequentemente, gera grande quantidade de dejeto líquido, usualmente aplicado na agricultura. Os benefícios da adubação orgânica nas lavouras são inegáveis. O uso de dejetos proporciona um acréscimo significativo na matéria orgânica do solo, além de acrescer macro nutrientes como fósforo, potássio e nitrogênio. Porém sempre houve dúvidas sobre o impacto do escorrimento superficial desses dejetos, transportando-os e assim causando contaminação dos cursos d’água.

Os ensaios mostraram, dentro das condições do experimento, que a aplicação de dejetos, ao contrário de muitos pregam, proporcionou redução na perda de carbono do solo em relação à parcela que recebeu somente adubação química. Além disso, as pesquisas mostraram que, nas áreas onde a aplicação foi feita com antecedência de pelo menos dez dias antes da primeira chuva, o uso de dejetos promoveu um aumento na taxa de infiltração de água no solo, tendo como consequência a redução no escorrimento superficial. Isso implica em uma redução nas perdas de nutrientes e a promoção de melhores condições de desenvolvimento para as plantas. Os efeitos no solo foram de redução na perda de água e nutrientes, reduzindo significativamente a contaminação dos cursos d’água. A pesquisa propõe para a região dos Campos Gerais a aplicação de até 60 m³/ha/ano de dejetos bovinos.

Respeitado o intervalo de aplicação de, no mínimo dez dias entre a aplicação e a ocorrência de chuva na lavoura, o dejeto que inicialmente causa um selamento dos poros do solo, passa, após um período inicial, a ter um efeito inverso e benéfico na estrutura da terra, além do aporte de nutrientes, proporcionando redução no custo de produção e dando uma destinação adequada ao que antes era considerado passivo ambiental.

Fonte: Faep (Federação Da Agricultura Do Paraná)

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