A região dos Campos Gerais é voltada principalmente para a produção leiteira e, consequentemente, gera grande quantidade de dejeto líquido, usualmente aplicado na agricultura. Os benefícios da adubação orgânica nas lavouras são inegáveis. O uso de dejetos proporciona um acréscimo significativo na matéria orgânica do solo, além de acrescer macro nutrientes como fósforo, potássio e nitrogênio. Porém sempre houve dúvidas sobre o impacto do escorrimento superficial desses dejetos, transportando-os e assim causando contaminação dos cursos d’água.
Os ensaios mostraram, dentro das condições do experimento, que a aplicação de dejetos, ao contrário de muitos pregam, proporcionou redução na perda de carbono do solo em relação à parcela que recebeu somente adubação química. Além disso, as pesquisas mostraram que, nas áreas onde a aplicação foi feita com antecedência de pelo menos dez dias antes da primeira chuva, o uso de dejetos promoveu um aumento na taxa de infiltração de água no solo, tendo como consequência a redução no escorrimento superficial. Isso implica em uma redução nas perdas de nutrientes e a promoção de melhores condições de desenvolvimento para as plantas. Os efeitos no solo foram de redução na perda de água e nutrientes, reduzindo significativamente a contaminação dos cursos d’água. A pesquisa propõe para a região dos Campos Gerais a aplicação de até 60 m³/ha/ano de dejetos bovinos.
Respeitado o intervalo de aplicação de, no mínimo dez dias entre a aplicação e a ocorrência de chuva na lavoura, o dejeto que inicialmente causa um selamento dos poros do solo, passa, após um período inicial, a ter um efeito inverso e benéfico na estrutura da terra, além do aporte de nutrientes, proporcionando redução no custo de produção e dando uma destinação adequada ao que antes era considerado passivo ambiental.
Fonte: Faep (Federação Da Agricultura Do Paraná)