assistecagricola

Timeseg - sex: 07:30 às 11:30 e das 13:00 às 18:30

Avanços no manejo do bicudo-do-algodoeiro

Controle da praga esteve em pauta durante o do Congresso Brasileiro de Algodão

Uma das pragas mais prejudiciais à agricultura, o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) foi identificado pela primeira vez no Brasil nos anos 1980. Cerca de quatro décadas depois, quais são os principais avanços em serviços, processos e produtos para controle deste inseto? Afinal, o que há de novo no manejo do bicudo-do-algodoeiro? A questão mobilizou pesquisadores e produtores rurais na tarde de terça (15), durante uma das salas temáticas do 13o Congresso Brasileiro do Algodão (CBA). Promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o evento prossegue até esta quinta (17), reunindo os principais atores da cadeia produtiva do segmento no Centro de Convenções de Salvador.

Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desde 2002 – com experiência na área de entomologia agrícola – José Ednilson Miranda trouxe para o evento um balanço de inovações de curto, médio e longo prazos que podem contribuir para aprimorar o manejo integrado da praga. De acordo com ele, o sucesso das populações de bicudo nas lavouras de algodão é resultado de uma conjuntura que envolve clima favorável, ausência de inimigos naturais, alto potencial biótico e boa capacidade de dispersão.

“O maior gargalo para o controle do bicudo é sua característica de desenvolvimento larval no interior das estruturas florais: por mais eficiente que sejam as pulverizações, os produtos inseticidas só conseguem atingir indivíduos adultos”, explica o pesquisador

Para contornar o problema, novas ferramentas de controle do inseto começam a surgir. Entre as novidades, estão monitoramento inteligente, semioquímicos, pulverização seletiva e controle localizado com drones. Um dos palestrantes da sala temática, o engenheiro agrônomo Paulo Villela, da startup brasileira Perfect Flight, mostrou à plateia do 13o CBA os resultados obtidos com uma tecnologia que investe na casadinha de aplicações com aeronaves e drones na busca por pulverização em 100% da área com 0% de desperdício de produtos. “A tecnologia nos permite rastrear onde, quando e como foram aplicados os defensivos durante as pulverizações aéreas, de modo que que os drones possam ser utilizados de forma complementar ”, explica Villela. Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Perfect Flight, o engenheiro garante que a empresa conta hoje com o maior banco de dados de pulverização aérea do mundo, com mais de 27 milhões de hectares já analisados.

Mas não foram apenas as inovações tecnológicas que ganharam destaque no combate ao bicudo.  O engenheiro agrônomo Rodrigo Oliveira, do Grupo SLC Agrícola, mostrou um case de sucesso, em Mato Grosso, com um manejo pautado nos pilares de processos, tecnologia e pessoas. “Os dados de produtividade das fazendas mostram que as pessoas são o ponto mais importante para o manejo de pragas”, ressaltou Oliveira. O ponto de vista coincide com o do engenheiro agrônomo César Busato ao falar sobre a experiência do combate ao bicudo no oeste baiano. “As tecnologias e produtos são altamente eficientes, mas nós produtores só conseguimos virar o jogo na luta contra o bicudo quando decidimos sentar e conversar de forma transparente e sem acusarmos uns aos outros, porque o nosso inimigo não vem sozinho, ele vem em bando”, resumiu Cesar, que é responsável pela coordenação técnica da Fazenda Busato.

Com coordenação do consultor agronômico e professor aposentado da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) Paulo Degrande, a sala temática contou ainda com a presença do pesquisador do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt) Guilherme Rolim, que abordou a resistência das populações de bicudo aos inseticidas pertencentes ao grupo dos piretroides bem como a suscetibilidade da praga aos inseticidas Malathion e Etiprole, além das dificuldades comuns no controle, como erro nas aplicações de produtos.

Fonte: AgroLink

Outras Notícias

Trabalhe Conosco

Se você estiver interessado ou tiver alguma dúvida, envie-nos uma mensagem.

    Currículo