Na reta final do vazio sanitário da soja, produtores de todo o País já se preparam para a semeadura da safra 23/24 e, com a queda nos preços da commodity no primeiro semestre deste ano, muitos agricultores devem investir em tecnologias de melhor custo-benefício, a exemplo dos inoculantes biológicos.
A Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) eleva, em média, 8% o índice de produtividade de uma lavoura de soja, além de reduzir o uso de fertilizantes químicos nitrogenados. Fernando Bonafé Sei, gerente técnico da Novozymes, líder mundial em biossoluções, explica que o investimento em FBN possui alta relação custo-benefício porque utiliza bactérias benéficas à base de rizóbios, encontradas na natureza. Mas, o que são inoculantes biológicos?
Fernando explica que esses microrganismos, mais precisamente as bactérias diazotróficas, capturam nitrogênio do ar e o fornecem diretamente às plantas de forma assimilável. No caso da soja, por exemplo, descobriu-se que bactérias diazotróficas, mais conhecidas como rizóbios, realizam uma simbiose em que a planta oferece alimento para as bactérias que, por sua vez, fornece nitrogênio para que a soja cresça com alto vigor.
O gerente técnico observa que uma das formas de se fazer a inoculação com esses microrganismos benéficos se dá por meio do tratamento industrial de sementes. “A aplicação dos produtos se faz diretamente nas sementes junto com defensivos químicos. Para que ocorra uma boa inoculação, é preciso aplicar mais de 1 milhão de bactérias em cada semente. Por isso, é necessário que o produtor sempre opte por produtos de alta qualidade”, afirma o gerente técnico da empresa.
Outra técnica de inoculação é a aplicação no sulco de semeadura por meio de inoculantes líquidos. Neste formato, é necessária uma recomendação técnica para que o agricultor conquiste um melhor resultado. “Neste tipo de aplicação de inoculantes líquidos é importante que o produtor verifique se existe compatibilidade nos produtos aplicados na mesma calda e se o jato dirigido atinge o seu alvo (semente)”, afirma Bonafé. Por serem seres vivos, a técnica exige alguns cuidados no manuseio e no armazenamento, principalmente no que diz respeito à exposição solar. Manter o produto em lugar fresco e arejado é o recomendado.
Mercado
O uso de produtos que contribuem para a redução nos custos de produção e, que ao mesmo tempo elevam o potencial produtivo das lavouras, é muito bem-vindo neste momento. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), o valor da saca de soja iniciou o ano (03/01) em R$ 174,91 e fechou no último dia do 1º semestre do ano (30/06) a R$ 138,70. “O produtor precisa enxugar custos e elevar a produtividade para manter a sua rentabilidade e essas bactérias podem ajudar”, destaca Fernando.
Fonte: Ricardo Maia |PG1