Cenário crítico para exportações
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O presidente da Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, alertou que a taxa tornaria inviável a comercialização de carne bovina com destino aos Estados Unidos. Ele revelou que alguns frigoríficos já suspenderam atividades e que cerca de 30 mil toneladas permanecem em portos ou já embarcadas. O setor pede prorrogação ou revogação das novas regras: “já somos taxados em cerca de 36%. Esse 50% seriam inviáveis para exportação”.
Os impactos na fruticultura
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Guilherme Coelho, da Abrafrutas, relatou o clima de pânico entre produtores de manga. Com safra planejada há seis meses e 2,5 mil contêineres já contratados para exportação, “não podemos pegar essa manga e jogar na Europa — não tem logística para isso”, ressaltou. Ele alertou para o risco de colapso do mercado interno, desemprego em massa e necessidade urgente de definição e flexibilidade.
Laranja e café em alerta
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O setor de suco de laranja está particularmente exposto, pois 40% das exportações têm os EUA como destino. Segundo o presidente da CitrusBR, Ibiapaba Netto, 70% do suco de laranja consumido nos EUA é de origem brasileira. Ele expressou confiança nas negociações e defendeu “diálogo, negociação e pragmatismo” como caminhos para evitar prejuízos.
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Do lado do café, o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, destacou que 33% do café consumido nos EUA vem do Brasil: “O café brasileiro é o mais competitivo… o consumidor está satisfeito e feliz com o café do Brasil.” Ele agradeceu ao governo pelo apoio em abertura de mercados.
Análise sob a perspectiva da Assistec Agrícola
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Urgência nas tratativas diplomáticas e comerciais
O agro brasileiro enfrenta uma ameaça significativa de retração nas exportações. A cooperação institucional com o governo mostra maturidade e estratégia — postura necessária para setores tão impactados quanto carne, café e frutas. -
Riscos logísticos e financeiros reais
O caso da manga evidencia que insumos, logística e mercado já estão definidos: simplesmente “jogar fruta em outro destino” ou substituir mercado não é viável. Isso reflete a alta interdependência entre planejamento e execução nas cadeias produtivas. -
Estratégias emergenciais e de médio prazo
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No curto prazo, prorrogar as tarifas ou negociar sua suspensão imediata é essencial para salvar contratos e evitar prejuízos irreversíveis.
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No médio prazo, diversificação de mercados, planos de contingência logística e estrutura de resposta rápida devem ser prioridades estruturais.
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Importância da coesão institucional e dos canais de negociação
A mobilização dos setores brasileiros em conjunto com os ministérios demonstra alinhamento e foco em resultados. A Assistec, como parceira técnica, ganha destaque ao valorizar postura proativa e diálogo aberto.