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Boletim Técnico Assistec Agrícola – Outubro de 2025

Uso de sementes certificadas, controle de percevejos, previsão de chuvas e eficiência de fungicidas: o que muda no início da safra e como posicionar o manejo para manter produtividade e qualidade de grãos e sementes.

  1. Sementes certificadas e estabelecimento de lavoura
  2. Percevejos em soja: quando e como controlar
  3. Clima: primeiros 15 dias de outubro
  4. Eficiência de fungicidas e rotação de modos de ação

Uso de sementes certificadas contribui para melhor estabelecimento e produtividade

Embora o ambiente também interfira no estabelecimento da cultura, estudos indicam que cerca de 50% do sucesso inicial está ligado diretamente à qualidade das sementes. Mesmo com a reconhecida plasticidade da soja, reduções de população podem levar a perdas substanciais de produtividade.

Pesquisas recentes mostram correlação positiva entre maiores densidades de plantas e rendimento em cultivares como BMX Potência RR® e TMG 7161 RR® (Silva et al., 2021; Dörr et al., 2023). Assim, assegurar lotes com alto vigor e pureza é determinante para alcançar populações adequadas e preservar o potencial produtivo.

Dica técnica Assistec: priorize sementes com alto poder germinativo, vigor e classificação por tamanho, comprovados em tags e boletins do lote. Ajuste a regulagem de semeadora para uniformidade de deposição e profundidade.

Além de favorecer a emergência, o uso de sementes certificadas reduz a introdução de patógenos e plantas daninhas via sementes contaminadas — um risco comum em lotes “salvos” ou de baixa pureza, incluindo espécies de cobertura. QUIZ 1 – Quais são os atributos de uma semente de qualidade?

  • Poder germinativo e vigor elevados
  • Pureza varietal e física
  • Sanidade (ausência de patógenos)
  • Tamanho e uniformidade de peneira
  • Tratamento de sementes adequado
  • Rastreabilidade e certificação
  • Baixa umidade e boa conservação
  • Boletim do lote disponível

Nota ENOS: o estado do ENOS (El Niño/La Niña) pode afetar janelas de semeadura e estabelecimento. Ajuste o planejamento conforme o regime local de chuvas e temperatura.

Percevejos em soja: posicionamento de inseticidas e momento de aplicação aumentam a eficácia

Os percevejos causam danos expressivos sobretudo nas fases reprodutivas. Entre R4 (vagem completamente desenvolvida) e R6 (grão cheio), o impacto é direto na produtividade e na qualidade industrial/seed.

Nível de ação: para grãos, iniciar controle químico a partir de 2 percevejos/m²; para seed, 1 percevejo/m² do R4 ao R6 (Roggia et al., 2020).

Conforme diretrizes do IRAC-BR, independentemente do produto, observam-se melhores resultados quando as aplicações são feitas no início da manhã, evitando condições de estresse térmico/hídrico da planta e melhorando a performance do inseticida.

Atenção: a condição ambiental é decisiva. Evite aplicações sob estresse. Integre amostragem frequente, bordaduras, manejo de plantas daninhas-hospedeiras e rotação de modos de ação. QUIZ 2 – Quais são as principais espécies de percevejo na soja?

  • Euschistus heros (percevejo-marrom)
  • Piezodorus guildinii (percevejo-vermelho)
  • Nezara viridula (percevejo-verde)

Boletim climático: primeiros 15 dias de outubro

A concentração de chuvas no Sul em setembro reduziu a umidade do solo em parte da região Central. Para o início de outubro, projeta-se volumes expressivos no Sul e baixa precipitação no Leste e Nordeste, o que pode limitar o avanço da semeadura e o estabelecimento inicial.

Recomendação Assistec: utilize histórico da área, monitoramento diário e previsões de curto prazo para definir janelas de plantio e ajustes de densidade conforme umidade e temperatura do solo.

Eficiência de fungicidas no controle de doenças em soja

Ensaios cooperativos em rede (Rede Fitossanidade Tropical e Embrapa, séries 2003/04 → recentes) consolidam médias de eficácia de modos de ação e combinações no controle das principais doenças. As classificações refletem aplicações sequenciais em diferentes regiões e não constituem recomendação isolada.

Princípios-chave: manejo preventivo, rotação de modos de ação (ex.: triazóis, estrobilurinas, carboxamidas), ajuste por pressão local de inóculo e histórico da área.

Doença-alvoIngrediente ativo / Modo de açãoEficácia média* (últimas 4 safras)
Ferrugem-asiáticaCarboxamida + Triazol + EstrobilurinaAlta
Mancha-alvo / Complexo de manchasEstrobilurina + TriazolMédia a Alta
Oídio / MildioTriazol / Multi-siteMédia

*Classificação indicativa com base em médias de ensaios de rede; utilize dentro de um programa de manejo e protocolos locais. Consulte sempre os rótulos e as recomendações técnicas.

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Referências

  • Silva, et al. (2021). Densidade de plantas e rendimento em cultivares de soja (BMX Potência RR®).
  • Dörr, et al. (2023). Desempenho de TMG 7161 RR® sob diferentes densidades populacionais.
  • Roggia, et al. (2020). Níveis de ação para controle de percevejos em soja.
  • IRAC-BR. Diretrizes para posicionamento e horários de aplicação de inseticidas.
  • Rede Fitossanidade Tropical & Embrapa (séries 2003/04 → atual). Eficácia média de fungicidas por modo de ação.

Assistec Agrícola – Produtividade é o nosso alvo. Atuação técnica e agricultura de precisão no Sudoeste Goiano desde 2003.