A especialista Claire Guenat, uma pedologista e pesquisadora do Laboratório de Sistemas Ecológicos (ECOS) da Ecole Polytechnique Federale de Lausanne (EPFL), da Suíça, afirmou que o solo ainda é desconhecido para a maioria das pessoas. Para ela, como ele não está totalmente a vista, fica mais complicado de os leigos o analisarem.
“Em primeiro lugar, porque o solo não é algo que realmente vemos, ao contrário da vegetação, por exemplo. Também tem conotações negativas em nossa sociedade. Por exemplo, quando somos jovens, aprendemos que a terra está suja, não devemos tocá-la ou comê-la. Mas é um ambiente cheio de vida, cheio de organismos que desempenham funções vitais e são cruciais para o nosso bem-estar”, comenta.
Além disso, ela afirma também que as pessoas tendem a falar mais sobre a proteção da qualidade do ar e da água do que a qualidade do solo. “O solo é um dado adquirido: as pessoas não estão cientes de que é um recurso finito e valioso, numa altura em que a superfície do solo está a diminuir rapidamente, especialmente na Suíça, onde desaparecem aproximadamente 1 m2 de terra arável”, indica.
“Todos os solos merecem atenção, mas o gerenciamento da terra nas cidades é agora uma questão crucial para as nossas sociedades cada vez mais urbanas. Os pisos urbanos são os pisos em parques, canteiros de flores e jardins, mas também os pisos sob edifícios e estradas. Estes solos têm um papel importante a desempenhar na regulação da água e do calor, à medida que o clima muda, resultando em chuvas, inundações e ondas de calor cada vez mais frequentes. Este é um grande problema de saúde pública”, conclui.
Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems