A implantação da automação, por meio de robotização, adesão a maquinários ultramodernos, utilização de recursos como a Internet das Coisas, coleta de grande número de dados, através da tecnologia da comunicação, TICS e toda essa enorme transformação pela qual passa o campo, de forma paralela à indústria, tem sido denominada agricultura 4.0.
Transformação esta que só faz crescer a eficiência dos produtores rurais. Esse boom tecnológico permitiu ao campo adentrar uma nova fase, também denominada agricultura digital. Isso se dá pela crescente conectividade, em decorrência do uso de satélites e do 4G, e que ganha um novo patamar com a chegada do 5G.
A precisão dos dados coletados permite a mensuração de diversos fatores: quantidade de nutrientes que as plantas recebem, água, umidade, controle de pragas, entre outros. O aumento da previsibilidade permite o aumento no rendimento das plantações, menor consumo de fertilizantes e agrotóxicos e até mesmo a projeção no volume da safra, permitindo a estimativa de custos e rendimentos no processo.
Desta forma, ganha-se em uso de recursos, uma vez que praticamente não há desperdício. Os custos também caem com sua implantação, o que significa mais lucratividade para o produtor. Ao mesmo tempo, há uma revolução na empregabilidade no campo: um novo leque de profissionais surge, tais como o operador de máquinas por GPS, o analista de sistemas de informação geográfica (SIG) e os operadores de drones agrícolas.
Toda essa inovação passa pela gestão. Pouco adianta ter uma quantidade imensa de dados sem que haja um bom monitoramento e uma boa tomada de decisão com base neles. A gestão é apenas um dos quatro pilares do agro 4.0. Outros três são produção, profissionalização e sustentabilidade. Os quatro em conjunto convergem para tornar possível a alimentação de milhões de pessoas com o menor prejuízo ao meio ambiente.
O Brasil possui um papel importante neste quadro: acredita-se que até 2050, quando a estimativa é que o mundo tenha 10 bilhões de pessoas, o país seja responsável por quase metade da produção global de comida. Somente com o aumento da produtividade isso será possível, uma vez que a quantidade de terras férteis é limitada. A biotecnologia, por exemplo, tem um papel fundamental na questão genética das plantas.
A agricultura 4.0 permite até mesmo driblar um inimigo dos campos: a instabilidade climática. Com tantas mudanças acontecendo e de maneira tão brusca, o monitoramento por sensores permite a rápida adaptação da colheita, fazendo com que a plantação não se perca. Tudo isso está presente na mão do produtor, por meio de aplicativos em tempo real. Na ponta final do negócio, ele pode mensurar melhor seus preços e vender melhor.
O produtor que deseja aderir à inovação deve primeiro investir em máquinas mais modernas. O próximo passo é a instalação de sensores, para a obtenção de dados do clima, por exemplo. O uso do GPS é importante para o piloto automático das máquinas. Por fim, os softwares são fundamentais. Um sistema ERP online, por exemplo, é capaz de integrar diversas informações no mesmo lugar, agilizando a gestão.
Fonte: Stefani Quaresma