O Grupo de Pesquisa em Forragicultura (GEPFOR) da Universidade Federal de Uberlândia (MG) conduziu um estudo sobre a eficiência da adubação foliar na qualidade da pastagem. O objetivo do estudo foi estimular o crescimento do pasto durante o período seco, algo que não aconteceria naturalmente e que também melhorasse o rebrote no início das chuvas. Foram analisados quatro tipos diferentes de manejo: um de controle (sem aplicação de qualquer adubo), um com adubo de ureia (110kg/ha) em aplicação única; outro, também com aplicação única, mas que recebeu apenas 2l/ha de adubo foliar à base de óleo essencial de casca de laranja e um onde foi utilizado tanto ureia (110kg/ha) quanto óleo essencial de casca de laranja (2l/ha).
A conclusão principal é que a qualidade da pastagem, preocupação recorrente de pecuaristas de gado de corte e leite, melhorou com adubação foliar no curto prazo, em apenas um ciclo reprodutivo. Leandro Martins Barbero, acadêmico que lidera o GEPFOR, conclui que o pasto controle apresentou o pior resultado. Já aquele submetido ao tratamento associando ureia e adubação foliar foi o que proporcionou maior produção de forragem. Segundo ele, o adubo foliar potencializou o efeito do nitrogênio contido na ureia.
A adubação de base busca corrigir a fertilidade da terra, principalmente quanto a possíveis carências de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K) enquanto a adubação foliar procura compensar a deficiência de micronutrientes como Zinco (Zn), Manganês (Mn), Boro (B) e Molibidênio (Mo), elementos essenciais ao desenvolvimento da planta.
“A quantidade de nutrientes em cada uma delas também é diferente. Dois litros de fertilizante foliar que contenham 20% de nitrogênio renderiam 400g do nutriente por hectare enquanto 100 kg de ureia equivaleria a 45 kg de nitrogênio na mesma área. Do ponto de vista químico é impossível substituir”, adverte Barbero.
A adubação foliar é o processo de aplicação de nutrientes por meio das folhas através de pulverização. Essa pode ser realizada de forma tratorizada, aérea ou com pulverizadores costais e, segundo Barbero, para se obter maior eficiência, deve ocorrer nas horas mais frescas do dia. Nunca se deve adubar com pasto sob estresse hídrico. Vale lembrar também a adubação foliar não exclui a necessidade da adubação de base, que ocorre no solo.
Se em pastejo contínuo, o adubo foliar pode ser pulverizado a qualquer momento, desde que respeitadas as condições anteriores. No caso de pastejo rotativo, é necessário aguardar alguns dias para rebrote do capim. De forma prática, para Brachiaria, considera-se o rebrote com altura de 5 cm das folhas jovens e 10 cm para Panicum.
De forma geral, uma maneira vantajosa de utilizar fertilizantes foliares pode ser associando-os aos herbicidas. Ademais, em sistemas intensivos de produção a pasto, a aplicação pode ser feita após as adubações de base com N, P e K, com o objetivo de potencializar o desenvolvimento do capim.
Por: AGROLINK –Eliza Maliszewski