Endossadas pela evolução tecnológica, cada vez mais as fazendas leiteiras adotam soluções de diagnóstico à campo e protocolos de tratamento específicos para a propriedade, considerando-a como um ecossistema único.
A utilização de fitas reagentes e testes rápidos com reações imunoenzimáticas (ELISA) não é novidade na medicina veterinária, mas a categoria de diagnóstico fora do laboratório clínico vem se aprimorando com o passar dos anos e se tornando rotina da porteira para dentro. Através de pequenos aparelhos portáteis e mini laboratórios é possível detectar doenças de grande importância econômica como anemias, parasitemias e a mastite.
Mastite é a doença infecciosa mais comum nas fazendas produtoras de leite. Devido a sua importância para toda a cadeia láctea, o tema é constantemente estudado e trabalhado, a fim de desenvolver formas de prevenção e controle da doença, e mitigar os seus impactos econômicos. A utilização de ferramentas de diagnóstico que sejam acessíveis, confiáveis e rápidas é um passo fundamental para o manejo da saúde do úbere.
Tendo isso em mente, muitos dos processos que eram realizados apenas em laboratórios estão sendo adaptados de forma segura e confiável para o campo, para um diagnóstico mais ágil e preciso. Tal fato inclui os métodos considerados padrão-ouro para a identificação da mastite como a contagem de células somáticas e a cultura microbiana, que passaram a incorporar em sua estrutura alguns biossensores – termo que define materiais que realizam reconhecimento biológico de enzimas, proteínas, anticorpos, organelas, células e ácidos nucleicos (DNA e RNA).
Uma rápida identificação dos microrganismos causadores da mastite é de extrema importância para que as vacas afetadas tenham um tratamento mais célere e eficaz, diminuindo as chances de perda na produção e possíveis complicações para o animal.
Os meios de cultura fluorogênicos e cromogênicos, que alteram a sua coloração para identificar qual é o agente etiológico causador da enfermidade, têm se mostrado ferramenta poderosa no combate à mastite e raramente tem necessidade de outros testes confirmatórios. Estes meios de cultura apresentam colorações diferentes para cada microrganismo, uma reação específica à sua produção enzimática, o que facilita e agiliza a tomada de decisão sobre os protocolos de tratamento a serem adotados.
Apesar do nome difícil, a sua execução é fácil, e a leitura do resultado pode ser feita de maneira automatizada através de manuais impressos ou de aplicativos das empresas responsáveis pelos testes.
O ponto importante nesta evolução das soluções de diagnóstico a campo é que elas atendem à necessidade de que sua realização seja simples, econômica e fácil de ser executada, além de ter alta especificidade e precisão nos resultados.
A possibilidade de ter maior controle sobre os testes e de conhecer os patógenos com alta prevalência na propriedade permite ao produtor, técnicos e médico veterinário da fazenda tomarem melhores decisões terapêuticas e preventivas que se enquadrem de maneira mais adequada aos patógenos presentes, estando atentos às características únicas dos animais e da propriedade.
O diagnóstico na fazenda proporciona mais rapidez nas informações importantes para uma tomada de decisão e uma intervenção mais precisa, o que ajuda a diminuir os dias de descarte de leite, atuando também no bem-estar animal.
Fonte: Assis Comunicação