Um grupo de pesquisa conseguiu identificar pela primeira a vez a presença da mosca-da-haste-da-soja em áreas de tiguera de soja no Cerrado brasileiro. Até o momento a praga estava restrita apenas ao Sul do Brasil e nunca havia sido observada em outras regiões.
A mosca originária da Ásia apareceu no País pela primeira vez há 32 anos atrás, depois surgiu de novo em 2008 e reapareceu novamente na safra de 2015, quando foi identificada em 18 pontos diferentes no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. De acordo com Jerson Guedes, pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a praga pode gerar muitos danos às lavouras porque se hospeda na planta e rouba seus nutrientes, sendo difícil de ser identificado porque só pode ser observada com uso de microscópio.
“Elas diminuem a capacidade produtiva da planta e isso acaba se refletindo em redução da produtividade do grão, que muda conforme a variedade da planta. Estes danos podem variar de 2% a 36%, dependendo deste conjunto de fatores”, explica.
Após a descoberta, foram acionados fiscais pertencentes a Agrodefesa de Goiás e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O objetivo é supervisionar a área e destruir imediatamente as plantas infectadas a fim de evitar que a praga se espalhe e infecte outras lavouras da região.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Soja), a presença da mosca-da-haste-da-soja é pontual e regionalizada e não oferece grandes riscos nesse momento, mas recomenda que os produtores fiquem atentos sobre sinais de contaminação na lavoura. A pesquisa foi liderada por Cecilia Czepak, da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG) e será detalhada em artigo científico que será submetido à revista Pesquisa Agropecuária Tropical (PAT), na qual serão descritos detalhes sobre essa primeira descoberta da mosca-da-haste-da-soja na região e possíveis hipóteses que explicam seu surgimento.
Fonte: AGROLINK –Leonardo Gottems
Imagem créditos: UFG