Um estudo do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) que avaliou o potencial de geração elétrica por fontes alternativas mostrou que cinco regiões do Estado têm potencial para atrair investimentos em usinas de biogás e biomassa, com foco em resíduos sólidos urbanos, de animais, agrícolas e florestais. Estas fontes, só nas regiões destacadas, poderiam gerar uma quantidade próxima a 28% da energia consumida no Paraná em 2017.
No Sul do Estado, os resíduos florestais da madeira, como serragem, cavacos, cascas e galhos são o destaque. O potencial de geração de energia elétrica por biomassa de resíduos de madeira é hoje de 1.386 Gigawatt-hora (Gwh/ano) – 620 GWh/ano já são aproveitados por usinas locais. De acordo com o estudo, a região concentra sobras de resíduos de madeira que juntas geram 766 GWh/ano disponíveis para serem explorados.
O Oeste e Norte do Paraná, regiões produtoras de suínos e galináceos no Estado, apresentam um potencial de geração de energia elétrica por biogás de 638 GWh/ano (405 GWh/ano da criação de galináceos e 233 GWh/ano, de suínos).
Atualmente, há usinas de biogás de resíduos de animais no Oeste, mas a capacidade instalada atual destas usinas (3,6 GWh/ano) está muito abaixo do potencial de geração que ainda pode ser explorado em função do volume de biomassa disponível, destaca o estudo do Tecpar.
A cultura do arroz foi identificada como a única agrícola cujos resíduos estão disponíveis para geração de energia em grandes usinas no Estado. A área no Paraná com a maior concentração de produção de arroz, cuja palha pode ser queimada para gerar energia térmica ou elétrica, se encontra na região Noroeste do Estado, que soma um potencial de cerca de 245 GWh/ano. O estudo aponta que não há nenhuma usina instalada para aproveitar estes resíduos agrícolas na região.
Na Grande Curitiba, há um potencial subutilizado de biogás de resíduos sólidos para geração de energia. Hoje, apenas uma usina, localizada em Fazenda Rio Grande, tem potencial instalado de 37,5 Gwh/ano. Segundo estudo, a região gera resíduos sólidos urbanos suficientes para produzir até 33 GWh/ano adicionais por meio da produção de biogás.
Um dos autores do estudo, o Analista de Tecnologia e Inovação Diego Rodrigues Pessoa, ressalta que o levantamento analisou apenas as regiões com o melhor custo-benefício para a geração de energia elétrica por essas fontes.
“A análise levou em conta todo o Estado, porém, destacamos apenas o potencial dos municípios de maior concentração de produção por área para evidenciar o potencial da região de menor esforço logístico de transporte”. De acordo com ele, os resíduos deverão ser reunidos para queima em locais estrategicamente escolhidos. “No entanto, ainda é possível que as regiões com menores concentrações de potencial possam se beneficiar da geração distribuída”, destaca.
O diretor comercial do Tecpar, Reginaldo Joaquim de Souza, explica que o instituto, como centro de geração de pesquisas, levanta informações para orientar os investimentos no Paraná. “O Tecpar tem como foco o apoio à atração e fixação de investimentos no Estado e por essa razão, além de gerar dados confiáveis ao mercado, dá apoio aos empresários do setor energético que buscam investir no Paraná”, destaca.
No Tecpar, o Setor de Informações e Vigilância Tecnológica, responsável pelo estudo, conta com especialistas nas áreas de informação, engenharias e de análise de dados para prestar serviços de inteligência ao mercado, entregando mais segurança para as tomadas de decisão de seus clientes.
Fonte: Assessoria de Comunicação Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar)