Um dos principais benefícios do silício para as plantações é o aumento da resistência contra pragas e doenças.
De maneira geral, as plantas absorvem esse elemento pelas raízes e ele é transportado para outras partes através de uma estrutura chamada xilema e se deposita nos tecidos vegetais.
É o que explica a Dra. Lílian Aparecida de Oliveira, no trabalho Silício em plantas de feijão e arroz: absorção, transporte, redistribuição e tolerância ao cádmio:
“A maior parte do silício absorvido pelas raízes das plantas é depositada na forma de sílica amorfa combinada a compostos orgânicos como a celulose […]. Os processos que regulam a absorção radicular, o transporte à longa distância e a deposição de silício nas plantas podem variar entre as espécies vegetais e são regulados pelo crescimento das plantas ou pelo ambiente em que elas estão”.
Embora o mecanismo varie de acordo com cada espécie, a pesquisadora Dra. Sônia Maria Nalesso Marangoni Montes escreve no artigo Uso do Silício no Manejo de Pragas:
“O aumento da resistência das plantas aos herbívoros pode ser causado pela redução da digestibilidade e/ou aumento da dureza dos tecidos das plantas, devido à deposição da sílica amorfa nas células da epiderme. Recentes estudos têm demonstrado também que o Si solúvel está envolvido na defesa química induzida por meio do aumento da produção de enzimas de defesa ou da possível melhoria na liberação de voláteis responsáveis pela atração de inimigos naturais”.
O Doutor em Fitopatologia pela Universidade da Flórida (EUA) e um dos maiores nomes da pesquisa sobre silício no controle de doenças de plantas no mundo, Fabrício de Ávila Rodrigues, mostrou, na pesquisa Asian Soybean Rust Control on Soybean Sprayead with a New Soluble Silicon, como o silício pode ajudar no controle da ferrugem Asiática da soja.
O estudo demonstrou que houve redução de 42% na severidade da doença nas plantas que receberam tratamento com aplicação de silício em relação às plantas que não foram nutridas com esse elemento.
O Dr. Fabrício explica que, além da barreira física formada pelo acúmulo de silício na camada de tecido vegetal chamada de cutícula, que dificulta a penetração do fungo que causa a Ferrugem Asiática, processos bioquímicos também estão envolvidos nesse efeito positivo:
“Com o silício ocorre um atraso no aparecimento dos sintomas das doenças foliares devido a maior dificuldade na penetração dos patógenos fúngicos bem como no surgimento das estruturas reprodutivas. Assim, a planta tem mais tempo de ativar os seus mecanismos de defesa contra a infecção pelo patógeno”.
Na pesquisa Wheat resistance to bacterial leaf streak mediated by silicon, o Dr. Fabrício também demonstrou que o silício é eficaz no controle da palha preta, uma doença do trigo provocada por bactérias. No estudo, o professor conclui que:
“Fornecer silício a pés de trigo pode aumentar a resistência à palha preta possivelmente através de um aumento da lignificação de tecidos e a participação na quitanase e peroxidase”.
Outras culturas, como arroz, algodão, hortaliças, leguminosas e outras gramíneas como a cana-de-açúcar têm suas defesas contra pragas e doenças aumentadas pela ação do silício.
Um benefício importante do silício para as plantas é a resistência aos estresses hídricos.
Essa situação, na qual a planta não tem água o suficiente para realizar suas funções biológicas, pode ser causada pela falta de água disponível no solo (seca) ou pela incapacidade das plantas de absorverem e reterem água (seca fisiológica).
O estresse hídrico causa diversos problemas para as plantas, como a redução das taxas de crescimento, a diminuição da rigidez dos tecidos vegetais, distúrbios no processo de fotossíntese e no metabolismo das plantas, o que leva a pouca absorção de nutrientes e danos às membranas celulares.
De maneira semelhante à forma como ajuda na proteção contra pragas e doenças, os mecanismos de como o silício reduz os danos do estresse hídrico variam de acordo com cada espécie de planta, mas há duas possibilidades para esse efeito positivo:
Uma delas é pelo fortalecimento dos tecidos vegetais, o que evita a perda de água pelo processo de evapotranspiração realizado pelos estômatos.
Já a outra é através da regulação dos processos bioquímicos, que ajudam as plantas a lidarem com efeitos adversos que levam ao estresse hídrico, como a salinidade.
Na cultura do café, o artigo Controle de Meloidogyne paranaensis em cafeeiro mediado pela aplicação de silício, da Dra. Claudia Dias-Arieira e outros pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá, diz que “aplicação de silicato de potássio resultou no aumento da concentração radicular de Si em 71,06%”, o que ajuda a planta a lidar com o estresse hídrico.
Já em gramíneas (como o arroz, o sorgo, o milho, a cana-de-açúcar e a brachiaria), que são plantas acumuladoras de silício, a Dra. Elzbieta Sacala nota, no artigo Role of Silicon in Plant Resistance to Water Stress que “o silício modula o metabolismo das plantas e altera as atividades fisiológicas, particularmente em plantas sujeitas a condições de estresse”.
O silício é o segundo elemento mais abundante na crosta terrestre, ficando atrás apenas do oxigênio. Apesar de compor 28% da crosta da Terra, pouca quantidade está na forma de ácido monosilícico (H2SiO4), que é a forma em que ele fica disponível para as plantas.
Por isso, a adubação com silício é importante para que as plantas possam se desenvolver de forma mais saudável. Conheça o Silício Forte, a solução da Verde!
Fonte: Blog da Verde Por Cristiano Veloso