Dentro das boas práticas agronômicas, a rotação de culturas se destaca pela importância e benefícios que traz para a lavoura. A prática, que consiste em alternar entre diferentes espécies de plantas na mesma área, oferece benefícios que ajudam a conservar e proteger o solo, promovendo maior diversidade de espécies e, consequentemente, maior sustentabilidade na produção agrícola.
As vantagens são mais observadas em sistemas contínuos de sucessão, como trigo-soja ou soja-milho safrinha, que tendem a provocar degradação física, química e biológica do solo, resultando em queda de produtividade, além de gerar condições favoráveis para o desenvolvimento de doenças, pragas e plantas daninhas.
Para se obter a máxima eficiência, o planejamento da rotação deve ter, ao mesmo tempo, plantas comerciais e, sempre que possível, associar espécies que produzam grandes quantidades de biomassa e de rápido desenvolvimento.
Outra dica importante é que a cultura anterior à principal seja boa produtora e mantenha uma cobertura vegetal.
Benefícios
A rotação de culturas, baseada em gramíneas tanto no verão quanto no inverno, reduz a fonte de inóculo proveniente da palhada, além de evitar um empobrecimento nutricional do solo, com plantas que absorvem sempre os mesmos nutrientes.
Além disso, o engenheiro agrônomo da Sementes Jotabasso, Edmar Dantas, explica que, em função da rotatividade de diferentes sistemas radiculares, são gerados benefícios diretos sobre a produção agrícola e sobre o ambiente como um todo. “A rotação de cultura é muito importante no processo produtivo da Jotabasso e para todos os agricultores que visam colher uma boa safra, isso porque através da rotação você tem benefícios muito grandes no sistema produtivo”, destaca Dantas.
Rotação de cultura e Plantio Direto
Através da rotação de cultura, produtores do Centro-Oeste e também de outras regiões do país revelam que têm alcançado excelentes benefícios no sistema produtivo. O agrônomo explica de que forma esses benefícios acontecem.
“Quando o produtor aplica a rotação de cultura, pressupõe-se que ele faça um sistema de plantio direto porque a primeira das premissas é cobertura do solo com rotação de cultura. Essa técnica permite ao produtor aderir ao sistema de plantio direto tendo acesso a todos os benefícios que o sistema oferece e, além disso, a rotação vai trazer para o produtor uma melhoria em todo seu sistema de solo, químicos, físicos e biológicos”, explica o agrônomo.
Com 24 anos de trabalho dedicados à gestão da qualidade e evolução das cultivares, o especialista lembra a importância de utilizar culturas que tem um sistema radicular diferente, como por exemplo, a braquiária.
Diversificação
“Essa planta permite uma boa palhada e ainda tem todo um emaranhado de raízes que chegam a dois metros de profundidade ou mais, e numa intensidade muito grande, melhorando a física do solo. Essas raízes vão se decompondo e formando agregados estáveis no solo. Dessa forma, todas essas raízes também fazem ciclagem de nutrientes formando uma melhoria química, já que exploram diferentes camadas do solo”, ensina Dantas.
Outro fator importante ao se adotar a rotação de cultura é o aumento da biologia do solo. “A soja, por exemplo, vai explorar uma parte do sistema do solo, a braquiária outro, mais profundo. Cada cultura tem na rizosfera algo que favorece a formação de uma biota do solo, microrganismos de várias espécies, que são benéficos para a vida do solo”, amplia o agrônomo.
Acertar no alvo
A Jotabasso adota criteriosamente todas essas técnicas na prática para aproveitar os benefícios que a rotação de cultura oferece e, inclusive, contar com um solo altamente produtivo e equilibrado, com baixa presença de nematoides.
“A rotação ainda traz este benefício: uma menor quantidade de fungos fitopatogênicos ao sistema radicular da produção sucessora, então devemos trabalhar com as culturas para melhorar todo um sistema de cultivo, desde a parte de fertilidade, de absorção de água, ciclagem de nutriente e também de uma forma indireta, melhorando o sistema com menor incidência de fungos e nematoides fitopatogênicos”, finaliza Dantas.
Credito: Sementes Jotabasso